Campo Grande (MS), Quinta-feira, 10 de Julho de 2025

Política / Relações Internacionais

Taxação dos EUA divide bolsonaristas: perseguição política ou tática geopolítica?

Rodolfo Nogueira afirma que medida é resposta à "perseguição" a Bolsonaro, enquanto Luiz Ovando vê o ex-presidente sendo usado como “boi de piranha”

10/07/2025

08:30

DA REDAÇÃO

©REPRODUÇÃO

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% às importações brasileiras, com entrada em vigor prevista para 1º de agosto, gerou reações distintas entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A carta divulgada por Trump, que cita diretamente Bolsonaro e fala em perseguição política, intensificou o debate entre parlamentares da base bolsonarista.

Rodolfo Nogueira: “Colheita da perseguição política”

O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) foi categórico ao atribuir a tarifa à condução política do atual governo brasileiro. Em vídeo publicado nas redes sociais, afirmou que:

“Essa taxação é a colheita de toda essa perseguição. Vai custar caro ao Brasil, que já está quebrado. Essa sanção vai trazer o país à lona.”

O parlamentar também criticou o tratamento dado a Jair Bolsonaro nas investigações em curso:

“As perseguições têm que parar. O Brasil está em jogo.”

Luiz Ovando: “Bolsonaro virou boi de piranha”

Já o também sul-mato-grossense Luiz Ovando (PP-MS) avaliou a postura de Trump como “bravata”, embora admita impactos sérios à economia nacional:

“Não passa de bravata, mas causará problemas, como redução da exportação, enfraquecimento da economia e desdobramentos sociais sérios.”

Ovando criticou o uso simbólico de Bolsonaro no embate político entre Brasil e EUA:

“O ex-presidente Bolsonaro está sendo usado como ‘boi de piranha’. Trump quer taxar o país como resposta à censura e opressão das mídias sociais.”

O parlamentar concluiu pedindo mobilização dos apoiadores do ex-presidente:

“Não para ajudar o governo esquerdista, mas para facilitar os interesses reais do povo brasileiro.”

Silêncio de outros líderes

A reportagem tentou contato com o deputado federal Marcos Pollon (PL-MS), mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. Já a senadora Tereza Cristina (PP-MS) compartilhou apenas a nota oficial da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), da qual faz parte, sem manifestação pessoal.

Na nota, a FPA expressa preocupação e alerta:

“A decisão representa um alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países.”

Contexto da tarifa e carta de Trump

A medida anunciada por Trump inclui críticas ao governo Lula, menciona diretamente Jair Bolsonaro e justifica a decisão como uma reação a “posturas hostis” adotadas pelo Brasil em fóruns internacionais, como o Brics. A taxação afeta setores estratégicos como carne bovina, celulose e ferro fundido — produtos que têm os Estados Unidos como segundo maior destino de exportação do Brasil.


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