Política / Justiça
Militares pedem que Bolsonaro não seja preso em quartel para evitar nova onda de manifestações
Recado chegou ao STF; Exército teme que eventual detenção em unidade militar repita cenário dos acampamentos golpistas de 2023
09/09/2025
15:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A cúpula militar enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um recado claro: caso Jair Bolsonaro (PL) seja condenado à prisão em regime fechado no julgamento da trama golpista, ele não deve cumprir a pena em quartel. O temor é de que a medida provoque uma romaria de aliados e apoiadores às unidades militares, reeditando o clima de tensão vivido nos dias que antecederam o 8 de Janeiro.
O julgamento do ex-presidente está em fase final na Primeira Turma do STF, e a expectativa é de que a dosimetria da pena seja definida na próxima sexta-feira (12). Generais próximos ao Alto-Comando reconhecem que Bolsonaro gostaria de ficar em uma unidade militar, como capitão reformado que é, mas alertam para os riscos de mobilizações massivas nas imediações de quartéis.
Hoje, o general Walter Braga Netto, réu no mesmo processo, está detido em uma sala na 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. Segundo relatos, a situação já causa constrangimento interno. No caso de Bolsonaro, a avaliação é de que uma prisão em Brasília, no Comando Militar do Planalto, poderia atrair milhares de manifestantes e colocar os próprios militares em confronto com bolsonaristas.
Polícia Federal – Seria a opção mais próxima da adotada no caso de Lula (PT), que ficou 580 dias preso na superintendência da PF em Curitiba. Apesar das vigílias constantes na época, não havia o risco simbólico e operacional de acampamentos em frente a quartéis. O desafio é lidar com a percepção de que Bolsonaro estaria preso em um órgão vinculado ao governo do PT.
Papuda (DF) – Principal presídio do Distrito Federal, tem alas reservadas para presos de maior exposição. Seria visto como punição mais dura, mas pode alimentar o discurso de vitimização do ex-presidente.
Prisão domiciliar – Considerada provável pela saúde fragilizada de Bolsonaro, pode ser concedida por Alexandre de Moraes na fase recursal, ainda que de forma temporária.
A memória dos acampamentos golpistas em frente aos quartéis e a possibilidade de uma nova onda de manifestações pesam na avaliação das Forças Armadas. Segundo um general ouvido pela imprensa, “a pior imagem seria o Exército ter de agir contra manifestantes em frente a um quartel, defendendo a prisão de um ex-presidente”.
A decisão final caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. Caso confirme a condenação, será ele quem definirá onde Bolsonaro cumprirá a pena inicial.
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