Campo Grande (MS), Quarta-feira, 28 de Maio de 2025

Polícia / Justiça

Frieza de assassino de mãe e bebê choca delegados experientes em Campo Grande

João Augusto Borges confessou crime brutal e disse ter “dormido melhor” após os assassinatos; investigação descarta surto e aponta premeditação

27/05/2025

14:30

DA REDAÇÃO

João beijando a filha que matou esganada nesta segunda-feira (27)

A frieza e a ausência completa de arrependimento de João Augusto Borges, de 21 anos, autor confesso do assassinato da companheira Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e da filha do casal, uma bebê de apenas dez meses, chocaram até os policiais experientes da Delegacia de Homicídios (DHPP) de Campo Grande (MS). Segundo o delegado Rodolfo Daltro, responsável pelo caso, o depoimento foi interrompido para que os agentes pudessem se recompor emocionalmente diante da brutalidade dos relatos.

“Como pai, e com mais de 20 anos de carreira, nunca vi alguém descrever a morte de uma criança com tamanha frieza. Tivemos que parar a oitiva para nos recompor”, declarou Daltro, visivelmente abalado.

Crime cruel e sem remorso

João confessou que matou a companheira e a filha durante o intervalo do almoço, por esganamento, e depois seguiu normalmente para o trabalho. Durante o interrogatório, chegou a declarar que “dormiu melhor” após cometer os crimes, porque, segundo ele, “se livrou de um problema”. A justificativa apontada foi o fim do relacionamento e o desejo de não pagar pensão alimentícia.

O assassino foi preso na terça-feira (27), ao tentar registrar o desaparecimento das vítimas na delegacia. Com indícios já identificados pela investigação, ele acabou confessando o duplo homicídio.

Corpos carbonizados e tentativa de ocultação

Na noite de segunda-feira (26), moradores denunciaram um incêndio em área de vegetação na Rua Desembargador Ernesto Borges, região do Indubrasil. A polícia e o Corpo de Bombeiros encontraram os corpos de Vanessa e da bebê completamente carbonizados. A perícia identificou que Vanessa foi morta por estrangulamento (mata-leão) e a bebê, por esganadura.

A polícia acredita que o local foi usado apenas para ocultar os corpos, com o uso de óleo diesel para acelerar as chamas.

Crime premeditado

Segundo o delegado Daltro, o crime foi premeditado. Uma testemunha afirmou que João havia comentado, dois meses antes, a intenção de matar a esposa e a filha — relato que, à época, foi desacreditado pela gravidade do conteúdo.

“Hoje essa pessoa procurou a polícia ao saber do crime. Isso reforça a tese de premeditação”, afirmou Daltro.

Imagem pública contrastava com o horror

Nas redes sociais, João cultivava a imagem de um pai amoroso e presente. Publicava fotos ao lado da filha, desde o nascimento na sala de parto, com mensagens de carinho. Também ostentava imagens com uniforme do Exército, mostrando desejo de seguir carreira militar.

Vanessa, por sua vez, era dedicada à maternidade e compartilhava o crescimento da filha, que recentemente havia dado os primeiros passos. A bebê tinha até perfil próprio nas redes sociais, com dezenas de publicações.

Surto descartado

A possibilidade de surto psiquiátrico foi descartada pela investigação. O acusado apresentou coerência nas respostas, ausência de confusão mental e capacidade plena de entender a gravidade do ato. Também negou que terceiros o tenham incentivado a cometer o crime, embora tenha mencionado uma "influência feminina" do trabalho, sem apontar envolvimento direto.


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