Artigo
Prêmio Valores Familiares e Comunitários
25/05/2025
08:00
WILSON AQUINO
WILSON AQUINO*
Em tempos de tantos conflitos, incertezas e individualismos, é preciso, mais do que nunca, lançar luz sobre aquilo que ainda dá esperança à humanidade: o bem. Valorizar ações que promovem o amor ao próximo, a solidariedade e os valores familiares é mais do que um ato de reconhecimento — é uma forma de inspirar a sociedade a olhar para além de si mesma e enxergar o outro com empatia e propósito
Foi com esse espírito que mais de mil pessoas e instituições, em centenas de cidades por todo o Brasil, foram homenageadas neste mês com a Comenda Prêmio Valores Familiares e Comunitários 2025. Essa honraria é promovida desde 2015 por membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e tem como objetivo reconhecer publicamente cidadãos e organizações que, com esforço contínuo, vêm trabalhando pela paz social e pelo fortalecimento da família — célula essencial de uma sociedade equilibrada e saudável.
Em Campo Grande, a realização do prêmio contou com o empenho voluntário de fiéis que vivem, na prática, o segundo grande mandamento de Cristo: amar ao próximo como a si mesmo. Homens e mulheres que, com dedicação silenciosa e amorosa, foram responsáveis pela organização da cerimônia: Vicente Maiorino Junior, Patelli, Inês Ferreira Rodrigues, Aline Palma Barbosa, Adelson Andrade Panissa, Dalcir Pereira de Carvalho, Ruy Fernandes, Andressa Melo, Fernanda Guimarães do Amaral, Janete Chaves Cândido e a família Macedo, entre outros. São pessoas que não buscam reconhecimento, mas que refletem, em suas ações, o espírito de serviço e compromisso com o bem comum.
Em Campo Grande, quatro nomes foram homenageados na última semana. Pessoas com trajetórias distintas, mas com algo em comum: o compromisso com o bem coletivo. A jornalista e apresentadora Carmen Cestari, com seu trabalho de informação e responsabilidade social; Aline Tagliaferro, presidente da Cruz Vermelha Brasileira no MS, referência em ajuda humanitária; o tenente-coronel Fábio Lima, idealizador do projeto “Cão Herói, Cão Amigo”, cuja atuação em resgates emocionou o país, como nos desastres de Brumadinho; e Patrícia Souza de Oliveira, da UCAF – Movimento Humanitário, que há anos se dedica ao cuidado dos mais vulneráveis.
Esses exemplos mostram que, seja por meio do jornalismo, da segurança pública, do voluntariado ou de causas humanitárias, é possível exercer qualquer profissão com um olhar voltado ao bem comum. São pessoas que nos lembram de que o verdadeiro sucesso não se mede em bens materiais, mas em impacto positivo — aquilo que se faz pelos outros, ainda que silenciosamente.
Ao refletirmos sobre essas iniciativas, percebemos que o impacto de uma boa ação vai muito além de quem a executa. Uma atitude generosa pode transformar a vida de alguém, reacender esperanças, fortalecer laços familiares e até romper ciclos de dor e exclusão. Em uma sociedade tão marcada por desigualdades, o gesto de quem se importa pode ser o ponto de partida para uma verdadeira mudança social. A construção de um mundo melhor não virá de grandes discursos, mas de ações sinceras e constantes.
É também essencial compreendermos que a bondade não exige holofotes. Muitos dos maiores feitos são realizados no silêncio do cotidiano — por mães que educam com amor, pais que trabalham honestamente, jovens que escolhem o caminho da integridade, professores que ensinam com o coração. Essas ações, somadas, sustentam a base moral da nossa sociedade e merecem ser reconhecidas como parte desse grande movimento pelo bem.
O Prêmio Valores Familiares e Comunitários não apenas homenageia os que já estão nessa jornada, mas convida todos nós a segui-los. Ele nos chama a sair do conforto da neutralidade e nos posicionar como agentes de paz, de justiça e de esperança. Cada cidadão, em seu espaço e realidade, pode ser uma ferramenta nas mãos de Deus para aliviar sofrimentos e edificar vidas. Como disse o presidente da igreja, Russell M. Nelson: “A maneira mais pura de demonstrarmos nosso amor pelo Salvador é amando e servindo nossos semelhantes.”
Por isso, ao celebrarmos esses homens e mulheres de valor, renovamos nosso compromisso com os princípios que verdadeiramente importam. Que não nos contentemos em apenas aplaudir o bem feito pelos outros, mas que encontremos coragem para imitá-los. A sociedade não será transformada por uma única ação grandiosa, mas por milhares de pequenos gestos diários que, somados, aproximam a Terra do Céu.
A resposta pode estar contida na própria doutrina cristã. Quando perguntaram a Jesus qual era o maior dos mandamentos, Ele respondeu: “Amar a Deus sobre todas as coisas.” E logo completou: “E o segundo, semelhante a este, é: amar o próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:36-39).
Seguir esse mandamento é colocar o amor em ação — não apenas em palavras, mas no cotidiano, no modo como conduzimos nossas atividades profissionais, sociais e espirituais. Fazer o bem, com humildade e constância, é um ato de fé e de cidadania.
Vivemos dias em que a violência, a corrupção e a indiferença parecem ganhar espaço. Mas a existência de pessoas como Carmen, Aline, Fábio e Patrícia é a prova viva de que ainda há luz, e que ela pode ser multiplicada. Ao celebrarmos seus feitos, celebramos também a possibilidade de sermos melhores.
Que cada um de nós, dentro de nossas possibilidades, encontre formas de também fazer o bem. Que possamos repensar nossas atitudes e nos esforçar para sermos exemplos de dignidade moral, espiritual e humana. Porque, no fim das contas, é isso que permanece: o bem que fizemos — e que Deus viu.
*Jornalista e professor.
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