Política / Justiça
Empresa investigada na Operação Vox Veritatis teve contrato de R$ 3,1 milhões com a Educação rescindido em 2022
L&L Comercial forneceria 10 mil mesas para escolas com recursos do Fundeb; contrato foi encerrado unilateralmente pela SED-MS
21/05/2025
17:00
DA REDAÇÃO
Montante de dinheiro em espécie apreendido pela Polícia Federal em apartamento esta manhã ©Henrique Kawaminami
A L&L Comercial e Prestadora de Serviços, uma das empresas alvo da Operação Vox Veritatis, deflagrada nesta quarta-feira (21) pela Polícia Federal, teve contrato de R$ 3,1 milhões rescindido unilateralmente pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED-MS) em maio de 2022. O acordo, firmado em dezembro de 2021, previa o fornecimento de 10 mil mesas para computador, com recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
“A parte contratante rescinde unilateralmente o presente instrumento com efeitos a contar imediatamente a partir do dia 04 de maio de 2022”, afirma o extrato publicado no Diário Oficial, sem detalhar o motivo da decisão.
Na época, a SED era comandada pela então secretária Maria Cecília Amêndola da Motta. O contrato rescindido correspondia ao Contrato nº 086/2021, cujo objeto era a aquisição de mobiliário escolar para unidades da rede estadual de ensino.
A L&L está registrada em nome de Leonardo Primo de Araújo, que já havia sido citado na Operação Terceirização de Ouro, em dezembro de 2022. Na ocasião, a Polícia Federal apontou que assessores do conselheiro Waldir Neves, do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), usavam a empresa para pagamento de propina. Os assessores envolvidos eram Willian das Neves Barbosa Yoshimoto e João Nercy Cunha Marques de Souza.
A operação Vox Veritatis, conduzida pela PF em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e a Receita Federal, investiga um esquema de fraudes milionárias na contratação de serviços pela SED-MS, baseado na adesão a atas de registro de preços firmadas por outros órgãos públicos.
A investigação apontou que empresários e servidores da SED manipulavam cotações falsas de preços para simular vantagem econômica em contratos. Na prática, a contratação era fechada com sobrepreço, e os fornecedores garantiam a contratação ao pagar comissões de 5% sobre o valor contratado a intermediários do esquema, que depois repassavam parte do dinheiro a servidores públicos envolvidos.
Durante as buscas realizadas nesta quarta-feira (21), a PF apreendeu um total de R$ 510,2 mil em dinheiro vivo:
R$ 363,4 mil estavam escondidos dentro de um cofre em um apartamento no edifício Hannover, em Campo Grande.
R$ 146,8 mil foram encontrados em endereço no Rio de Janeiro.
Documentos e outros materiais também foram recolhidos para análise.
O nome “Vox Veritatis” vem do latim e significa “Voz da Verdade”, representando o objetivo das investigações de revelar esquemas ocultos de corrupção e desvio de verba pública em contratos de educação no Estado.
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