O Governo de Mato Grosso do Sul concluiu, nesta quinta-feira (8), o processo de concessão da Rota da Celulose, com a vitória do consórcio K&G — formado pelas empresas K-Infra e Galapagos Capital — no leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). O grupo apresentou a proposta mais competitiva, com desconto de 9% na tarifa de pedágio e aporte de R$ 217,3 milhões.

A concessão abrange 870,3 km de rodovias, incluindo trechos das rodovias federais BR-262 e BR-267, além das estaduais MS-040, MS-338 e MS-395. O contrato terá validade de 30 anos e prevê um investimento total de R$ 10,1 bilhões, sendo R$ 6,9 bilhões em obras e melhorias estruturais, e R$ 3,2 bilhões em custos operacionais.

Estruturação robusta e impacto na economia

A concessão é considerada um marco na infraestrutura do Estado e visa impulsionar a logística da indústria de celulose, além de reforçar a segurança viária, gerar empregos e aumentar a competitividade do setor produtivo sul-mato-grossense.

O projeto prevê:

• 115 km de duplicações

• 457 km de acostamentos

• 245 km de terceiras faixas

• 12 km de vias marginais

• 38 km de contornos urbanos

• 62 dispositivos em nível e 4 em desnível

• 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes

• 3.780 m² de obras de arte especiais

• 100% da malha com acostamento

Infraestrutura de atendimento e segurança

A concessionária terá que implantar 13 guinchos, 13 ambulâncias, 5 caminhões-pipa, 5 caminhões especiais para apreensão de animais e desobstrução, além de 13 postos de atendimento aos usuários e três Postos de Parada e Descanso (PPDs), com estrutura voltada à segurança dos motoristas profissionais.

Autoridades destacam avanço estratégico

“Este projeto foi planejado por dois anos com transparência e seriedade. A confiança das empresas no Estado é a maior prova de que Mato Grosso do Sul está pronto para grandes transformações logísticas”, afirmou o governador Eduardo Riedel.

O governador ainda destacou a parceria do Governo Federal, que delegou a gestão dos trechos federais à administração estadual.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, participaram do evento e elogiaram a estrutura do projeto.

“Este mês é o mês de Mato Grosso do Sul na B3. A Rota da Celulose e o próximo leilão da BR-163 representam juntos R$ 25 bilhões em investimentos para o Estado”, afirmou Renan Filho.

Confiabilidade e próxima etapa

A responsável pela estruturação do projeto, Eliane Detoni, destacou a segurança jurídica e atratividade da concessão, que atraiu a disputa de grandes grupos, como BTG Pactual, XP Infra, Caminhos da Celulose e Rotas do Brasil S/A.

“Quando há competição, quem ganha é o cidadão. Nosso foco sempre será qualidade de serviço e modicidade tarifária”, pontuou.

O consórcio vencedor agora terá 60 dias para assinar o contrato. Em seguida, será feita a vistoria dos trechos, arrolamento de bens e início das operações. A Agems (Agência Estadual de Regulação) será a responsável por fiscalizar a execução das obras e o cumprimento das metas contratuais.