Política / Justiça
STF transforma mais sete investigados em réus por trama golpista; total chega a 21, incluindo Bolsonaro
Primeira Turma da Corte acolheu denúncia da PGR contra grupo de militares e um policial federal ligados à chamada “Abin Paralela”
06/05/2025
17:50
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, tornar réus mais sete acusados de envolvimento em uma organização criminosa que planejava a ruptura do Estado Democrático de Direito durante o governo de Jair Bolsonaro. Com isso, o número de réus no caso chega a 21, incluindo o próprio ex-presidente.
A decisão foi tomada nesta terça-feira (6) pela Primeira Turma da Corte, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.
A nova leva de réus faz parte do núcleo 4 da denúncia, composto majoritariamente por militares do Exército e um agente da Polícia Federal. Eles são acusados de integrar a chamada "Abin Paralela", estrutura clandestina usada para propagar fake news contra o sistema eleitoral e promover ataques virtuais a instituições públicas.
Confira os nomes:
Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército)
Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército)
Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército)
Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército)
Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército)
Marcelo Araújo Bormevet (policial federal)
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)
Os denunciados responderão por cinco crimes graves, com penas que, somadas, ultrapassam 30 anos de prisão:
Organização criminosa armada
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Golpe de Estado
Dano qualificado pela violência e grave ameaça
Deterioração de patrimônio público e tombado
O ministro Moraes afirmou que a denúncia foi fundamentada com provas que mostram a atuação organizada do grupo na produção e disseminação de desinformação contra as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. Ele também destacou o uso ilegal do software de monitoramento FirstMile, por meio do qual foram realizadas 887 buscas ilegais para vigiar opositores do governo Bolsonaro.
“Os elementos reunidos indicam que o grupo se instalou dentro da Abin no início do mandato de Jair Bolsonaro, organizando ataques contra adversários e até mesmo contra comandantes militares que não aderiram ao golpe”, disse Moraes.
O relator ainda apontou que os alvos dos ataques virtuais eram definidos conforme declarações públicas do então presidente da República.
A ministra Cármen Lúcia também destacou a gravidade da propagação de fake news como instrumento político:
“É a mentira como commodity. Virou um bem. Paga-se por isso, há quem ganhe, há quem faça. A mentira para comprar a antidemocracia”, afirmou.
Com a abertura da ação penal, inicia-se agora a fase de instrução processual, quando:
Advogados de defesa poderão indicar testemunhas
Serão solicitadas novas provas
Acusados serão interrogados
O gabinete do relator Moraes conduzirá os trâmites
Após essa etapa, o STF marcará o julgamento final para decidir sobre a condenação ou absolvição dos réus. Ainda não há data definida para essa fase.
Até agora, os núcleos 1, 2 e 4 da suposta trama golpista já foram analisados, totalizando 21 réus formalizados. Entre eles, estão Jair Bolsonaro e aliados diretos. Ainda restam as denúncias contra os núcleos 3 e 5, que serão apreciadas futuramente.
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