Casal de Campo Grande perde R$ 6 milhões em golpe com bitcoins; grupo do Sul é investigado por furto e lavagem de dinheiro
Jovens empresários de SC e PR teriam usado de confiança para desviar criptomoedas e aplicar esquema milionário de lavagem com imóveis e empresas
11/04/2025
17:05
CE
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
Um casal de Campo Grande (MS) perdeu quase R$ 6 milhões em bitcoins após ser vítima de um sofisticado esquema de furto e lavagem de dinheiro, investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O golpe foi praticado em 2021 por um grupo de jovens empresários do Sul do Brasil, que teriam se aproveitado da falta de experiência das vítimas com o mercado de criptomoedas.
Na época, os empresários José Neiva Alves Rezende e Antônia Castro investiram 12,16186856 BTC, avaliados à época em R$ 3,6 milhões. Com a valorização do ativo, hoje esse montante equivale a aproximadamente R$ 5,99 milhões, segundo a cotação desta sexta-feira (11).
Segundo a denúncia, o casal procurou Felippe Barreto Sims, de Curitiba (PR), para orientações sobre o investimento. As criptomoedas foram inicialmente adquiridas pela plataforma Binance e transferidas para uma carteira digital do tipo hardware wallet da marca Trezor. No entanto, ao acessarem a carteira, perceberam que os bitcoins haviam desaparecido.
A análise das movimentações revelou que os ativos digitais foram pulverizados em diferentes contas entre os dias 7 e 8 de maio de 2021, com transferências para Marco Aurélio Pereira de Souza e posteriormente para Jair do Lago Ferreira Júnior, que recebeu sozinho 6,793666 BTC, cerca de R$ 3,34 milhões na cotação atual.
Felippe Sims, principal intermediador junto ao casal, também recebeu 3,833689 BTC — aproximadamente R$ 1,88 milhão.
O Ministério Público de MS identificou que os valores desviados teriam sido usados para lavagem de dinheiro através da aquisição de imóveis em Curitiba, no Rio Grande do Sul e no litoral de Santa Catarina.
Além disso, Jair do Lago passou a administrar uma rede de barbearias nas cidades de Itapema, Camboriú, Tijucas e Porto Belo, em SC. A operação teria o objetivo de mascarar a origem dos recursos desviados. Sua esposa, Sainara Nunes da Silva, também é investigada.
O grupo responde por diversos crimes, entre eles:
Furto qualificado (com abuso de confiança)
Lavagem de dinheiro
Sonegação de impostos
Associação criminosa
A Binance, corretora de criptomoedas com sede global, colaborou com as investigações, fornecendo os dados cadastrais e registros de transações que permitiram o rastreamento das transferências suspeitas.
O Bitcoin é a principal criptomoeda em circulação, criada em 2009 por Satoshi Nakamoto, com o objetivo de ser uma alternativa descentralizada ao sistema financeiro tradicional. O ativo é considerado o “ouro digital” devido à sua escassez (máximo de 21 milhões de unidades) e sua valorização ao longo dos anos.
As criptomoedas são protegidas por tecnologia blockchain, que garante transparência e segurança nas transações. Mas, como em qualquer mercado, a ausência de regulação rígida pode abrir espaço para golpes e fraudes, como o que atingiu o casal sul-mato-grossense.
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