Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

POLÍCIA

Violência doméstica: uma mulher morre a cada 10 minutos no mundo, aponta relatório da ONU

Dados revelam que 85 mil mulheres foram assassinadas em 2023; maioria dos crimes ocorre no ambiente familiar.

25/11/2024

07:30

NAOM

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A cada 10 minutos, uma mulher ou menina perde a vida em decorrência de violência doméstica no mundo, segundo um relatório divulgado pela ONU em alusão ao Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, celebrado em 25 de novembro. O levantamento destaca que, em 2023, 85 mil mulheres foram assassinadas intencionalmente, das quais 51 mil (60%) foram mortas por parceiros íntimos ou familiares.

Contexto global da violência de gênero

Todos os dias, 140 mulheres e meninas são mortas por pessoas próximas, evidenciando que o lar, muitas vezes, é o lugar mais perigoso para elas. O relatório da ONU enfatiza que o femicídio, ou feminicídio, é uma tragédia que atravessa fronteiras, classes sociais e idades, configurando-se como uma crise universal.

"A violência contra mulheres e meninas pode ser evitada. Precisamos de leis eficazes, maior responsabilização governamental e financiamento adequado para organizações de defesa dos direitos das mulheres", destacou Sima Bahous, diretora-executiva da ONU Mulheres.

Destaques regionais do relatório

  • África: Lidera com as maiores taxas de femicídio em relação à população, registrando 2,9 vítimas a cada 100 mil mulheres.
  • Europa e Américas: A maioria dos crimes ocorre no ambiente doméstico. Na Europa, 64% das vítimas foram assassinadas por parceiros íntimos, enquanto nas Américas esse índice é de 58%.
  • Outras regiões: Em muitos países, membros da família são os principais perpetradores.

Além do contexto doméstico, há femicídios relacionados a outras circunstâncias. Na França, entre 2019 e 2022, mais de 5% dos assassinatos de mulheres ocorreram fora do núcleo familiar. Na África do Sul, esse percentual foi de 9% em 2020-2021.

Avanços e desafios

Apesar dos dados alarmantes, o relatório aponta uma redução de 20% nos índices de femicídio em algumas regiões da Europa desde 2010, especialmente em países do norte, oeste e sul do continente. Já nas Américas, os índices se mantêm estáveis nos últimos 13 anos.

Com a aproximação do 30º aniversário da Plataforma de Ação de Pequim, que reforçou o compromisso global com a igualdade de gênero, Sima Bahous apelou por ações mais enérgicas: “Os líderes mundiais precisam priorizar o compromisso e os recursos para enfrentar essa crise”.

Medidas para combater a violência

Especialistas defendem estratégias como:

  • Implementação de leis rigorosas de proteção às mulheres.
  • Investimento em campanhas de educação e conscientização sobre igualdade de gênero.
  • Fortalecimento de redes de apoio e acolhimento às vítimas.
  • Ampla coleta de dados para subsidiar políticas públicas eficazes.

O combate à violência contra as mulheres requer a união de governos, sociedade civil e organizações internacionais para reverter um cenário que persiste como uma das principais violações de direitos humanos no mundo.


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