O segundo turno das eleições municipais em Campo Grande, que resultou na reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP), teve um alto índice de abstenção, com 184.812 eleitores (28%) deixando de comparecer às urnas. O desembargador Carlos Eduardo Contar, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), classificou o número como "alto", superando o registrado no primeiro turno, quando 165 mil eleitores (25,5%) se abstiveram.

Avaliação do TRE-MS sobre o processo eleitoral

Carlos Contar descreveu o processo eleitoral como "extremamente tranquilo", destacando a regularidade da campanha e da votação no segundo turno. Segundo ele, a Justiça Eleitoral não tem responsabilidade sobre o elevado número de abstenções, uma vez que a decisão de comparecer ou não às urnas é exclusiva do eleitor.

“Ao meu sentir, foi alta. Neste segundo turno, foram quase 29% de abstenção. Aqueles que desejaram exercer o direito de voto o fizeram, enquanto os que optaram por não comparecer assumem a responsabilidade por essa escolha”, afirmou o desembargador.

Contar também comentou que o número de denúncias de Fake News foi baixo e não afetou significativamente a campanha. As ocorrências foram analisadas judicialmente, mas em quantidade considerada “muito pequena”.

Reflexão política: análise do governador Eduardo Riedel

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), também se manifestou sobre a alta abstenção, ressaltando que o fenômeno ocorre em todo o Brasil. Ele destacou a necessidade de uma reflexão sobre o debate político atual, que muitas vezes se caracteriza por ataques e agressões, afastando o eleitor. “A política precisa repensar a forma como estamos conduzindo os debates e as propostas. O eleitor não se sente representado quando o diálogo se torna um combate verbal”, afirmou Riedel.

Resultado das eleições em Campo Grande

A prefeita reeleita, Adriane Lopes (PP), obteve 222.699 votos (51,45%), vencendo Rose Modesto (União Brasil), que somou 210.112 votos (48,55%). Dos eleitores que compareceram, 16.871 votos foram nulos (3,66%), enquanto 11.704 votos foram brancos (2,54%).

Considerações finais

Com a reeleição de Adriane Lopes e o elevado índice de abstenção, fica evidente a necessidade de um esforço conjunto para aumentar o engajamento dos eleitores nas próximas eleições, além de promover um debate mais qualificado e representativo.