Campo Grande (MS), Quinta-feira, 20 de Novembro de 2025

Política / Justiça

Saiba quem é Jorge Messias, escolhido por Lula para ocupar vaga no STF

Atual advogado-geral da União, pernambucano de 45 anos tem trajetória marcada pela defesa das instituições, atuação técnica no Executivo e forte relação com Lula

20/11/2025

12:00

DA REDAÇÃO

Jorge Messias durante posse na AGU — Foto: Renato Menezes/AsocmAGU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou, nesta quinta-feira (20), a indicação de Jorge Rodrigo Araújo Messias para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga deixada por Luís Roberto Barroso. A nomeação será publicada em edição extra do Diário Oficial da União, e o indicado deverá passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aprovação no plenário do Senado.

Natural de Pernambuco, Messias tem 45 anos, é procurador da Fazenda Nacional desde 2007 e atual comandante da Advocacia-Geral da União (AGU). Servidor de carreira, consolidou-se como um dos nomes mais próximos e leais ao presidente Lula.

Trajetória e formação

Jorge Messias é formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestre e doutor pela Universidade de Brasília (UnB), instituição onde também atuou como professor visitante.

Principais cargos exercidos:

  • Advogado-Geral da União (2023–atual)

  • Subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República (governo Dilma)

  • Secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior (MEC)

  • Consultor jurídico nos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação

  • Procurador do Banco Central

  • Procurador do BNDES

  • Subchefe de Políticas Governamentais da Casa Civil

A carreira de Messias reúne experiência jurídica e administrativa nos principais órgãos do Executivo, o que o credencia como um dos quadros mais técnicos do governo.

Atuação na AGU: IOF, redes sociais e defesa da democracia

Desde 2023, Messias lidera a AGU em temas considerados sensíveis para o governo Lula, com protagonismo jurídico em pautas de alta repercussão.

Entre os principais casos:

  • Defesa do decreto do IOF, cuja revogação pelo Congresso gerou conflito institucional. No STF, o relator Alexandre de Moraes manteve quase a totalidade do decreto.

  • Regulamentação das redes sociais: Messias foi voz ativa na defesa de regras mais rígidas para combater desinformação, racismo e discursos de ódio nas plataformas digitais.

  • Envio de notificação extrajudicial à Meta após o anúncio de encerramento do programa de checagem de fatos.

  • Liderança nas ações que envolvem políticas públicas de comunicação, combate a fake news e segurança digital.

Sanções dos EUA e cancelamento de visto

Em julho de 2025, Messias reagiu com firmeza às sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, enquadrado pela Lei Magnitsky. Na ocasião, reforçou que o Brasil adotaria “todas as medidas adequadas” para defender sua soberania e instituições.

Por sua postura, teve o visto norte-americano cancelado. Em nota, afirmou:

“Reafirmo meu integral compromisso com a independência constitucional do nosso Sistema de Justiça. Recebo sem receios a medida especificamente contra mim dirigida.”

Apoio político e aproximação com Lula

A escolha de Messias é reflexo direto de sua relação de confiança com Lula, construída desde o governo Dilma Rousseff. Ele também tem trânsito com ministros do PT, setores do governo e parte da bancada evangélica, da qual é próximo por sua formação religiosa.

Messias esteve com Lula em encontros com lideranças evangélicas no Planalto e é considerado um interlocutor estratégico entre governo e segmentos religiosos.

Participação na transição e na articulação governamental

Em 2022, fez parte da equipe de transição que estruturou os primeiros atos do terceiro governo Lula. Foi anunciado como chefe da AGU ainda em dezembro, assumindo a instituição com a missão de recompor a relação do Executivo com o STF e blindar juridicamente políticas prioritárias.

Episódio na Lava Jato e notoriedade nacional

Durante o governo Dilma Rousseff, Messias ocupava o cargo de subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência. Ganhou notoriedade após ter seu nome citado em uma conversa interceptada pela Operação Lava Jato — áudio no qual “Messias” foi ouvido como “Bessias”, apelido que repercutiu nacionalmente.

Religião e articulação com evangélicos

Evangélico, Messias tem sido uma ponte importante entre o governo Lula e lideranças religiosas. Sua indicação ao STF recebeu apoio de parlamentares da bancada evangélica, inclusive de nomes não alinhados ao governo.

Próximos passos: sabatina no Senado

Com a indicação formalizada:

  1. Messias iniciará conversas com senadores (o chamado “beija-mão”).

  2. Será ouvido pela CCJ do Senado.

  3. Passará por votação no plenário.

Se aprovado, assumirá uma das cadeiras mais estratégicas do Estado brasileiro e poderá atuar por décadas no Supremo Tribunal Federal.

 

 

 


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