Política Internacional
Ex-rei da Espanha, Juan Carlos, revela em autobiografia que matou o irmão acidentalmente em 1956
Monarca rompe silêncio de quase sete décadas e relata em livro como um disparo acidental tirou a vida do príncipe Afonso, de 14 anos
09/11/2025
09:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ex-rei da Espanha, Juan Carlos I, de 87 anos, confirmou em sua autobiografia recém-lançada que foi o responsável pela morte acidental do irmão mais novo, o príncipe Afonso, em 1956. O episódio, um dos mais trágicos e misteriosos da história da família real espanhola, aconteceu quando Juan Carlos tinha 18 anos e o irmão apenas 14.
Na época, a Casa Real espanhola divulgou apenas uma nota oficial lacônica, informando que “enquanto Sua Alteza Afonso limpava um revólver com o irmão, um disparo acidental o atingiu na testa, causando sua morte em poucos minutos”. O acidente ocorreu na residência da família em Estoril, Portugal, pouco depois de o jovem retornar de uma missa em que havia recebido a comunhão.
O episódio é narrado em detalhes pela primeira vez no livro “Reconciliación” (“Reconciliação”, em tradução livre), escrito em parceria com a autora francesa Laurence Debray. No capítulo intitulado A Tragédia, o ex-monarca rompe o silêncio e descreve o momento do disparo:
“Nós tínhamos retirado o carregador e não sabíamos que havia uma bala na câmara. Um tiro foi disparado para o alto, ricocheteou e acertou meu irmão no meio da testa. Ele morreu nos braços de nosso pai.”
Juan Carlos afirma que o trauma o marcou para sempre:
“Eu não gostava de falar sobre isso, e esta é a primeira vez que falo. Sua gravidade me acompanhará para sempre.”
Não houve investigação judicial sobre o caso.
Juan Carlos foi coroado rei da Espanha em 1975, após a morte do ditador Francisco Franco, e teve papel decisivo na transição democrática do país. Em 2014, abdicou do trono em favor do filho, o atual rei Felipe VI, após enfrentar escândalos de corrupção e polêmicas pessoais.
Em entrevistas recentes para divulgar o livro, o rei emérito também negou rumores de envolvimento romântico com a princesa Diana, afirmando que ela era “fria, taciturna e distante, exceto na presença de paparazzi”.
A revelação encerra quase sete décadas de especulações sobre o episódio que manchou a juventude de Juan Carlos e permanece como uma das páginas mais sombrias da monarquia espanhola moderna.
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