Ampla Visão
Odete Roitman, vítima do script. Simone vivíssima!
Cenário político ganha novos contornos com Boulos no governo, disputas internas no PL, movimentações para 2026 e bastidores fervendo em MS
23/10/2025
20:30
MANOEL AFONSO
A MISSÃO: “Colocar o governo na rua levando as realizações e ouvindo as demandas populares em todos os estados do Brasil”. A declaração de Guilherme Boulos sintetiza sua missão no Governo; as eleições ganham novo componente ideológico e a militância será despertada. Não se sabe ainda qual será a reação da oposição desunida.
NA ESTRADA: Em 2018, Boulos tentou o Planalto e obteve 617 mil votos. Em 2020, teve 40,6% dos votos válidos para a prefeitura paulistana, perdendo para Bruno Covas. Em 2022, foi eleito deputado federal por São Paulo com mais de um milhão de votos. Os números falam por si só de suas intenções e propostas. Boulos tem a “caixa de fósforos”.
DÚVIDAS: Quanto tempo a oposição levará para afinar a viola? A queda nas pesquisas mostra tons desafinados, enquanto Lula, com Boulos, usará a força dos movimentos sociais. E para azar da oposição, nenhum dos seus nomes ventilados até aqui encanta ou enche os olhos. Não se enganem: a sucessão presidencial já começou.
PELO PODER: Deputados admitem que a montagem de chapas será complexa por conta das federações partidárias e da regra que exige desempenho mínimo individual para garantir vagas. Partidos e federações já admitem formar “chapinhas” para evitar o “canibalismo eleitoral” — disputa interna entre postulantes da mesma sigla.
MUDANÇAS: Desde 2020, estão proibidas as coligações proporcionais, obrigando partidos e federações a concorrerem com chapas únicas, alterando o jogo político. Até 2018, inclusive em Mato Grosso do Sul, partidos menores conseguiam eleger deputados estaduais com votações reduzidas, no chamado “efeito puxador”.
VOLTANDO? Parece que sim. Nas contas de Junior Mochi, o MDB pode chegar à marca de 200 mil votos e eleger de 4 a 5 deputados estaduais, com Puccinelli sendo o puxador de votos. Fatores como o número de candidaturas de vereadores da Capital podem pesar nas sobras eleitorais e definir os eleitos.
SACANAGEM: A ingratidão política deve se repetir em 2026. Vereadores que se elegeram graças “a$ benção$” financeiras de deputados estaduais, federais e senadores, ao invés de retribuir a ajuda, agora exigem mais recursos para atuarem como cabos eleitorais. Moral da história: acabam faturando duas vezes.
LEILÕES: Sem falso puritanismo. Antes e durante as campanhas, há uma concorrência feroz pela conquista de apoios de lideranças regionais. Há relatos de ousadia e “genero$idade” de candidatos que assumem o papel de “Papai Noel eleitoral” em troca de votos.
JOGO PESADO: Na política, os ingênuos não sobrevivem. É fato: apenas os recursos do Fundo Eleitoral e Partidário não bastam. Nesse “País de Meu Deus”, ainda resistem figuras despidas de valores patrióticos — lembrando o personagem Justo Veríssimo, de Chico Anísio.
VERDADES: “Por mais que essa realidade pareça insuperável, não podemos deixar de tratar a política como coisa séria. Afinal, é pela política que se alcança o Poder, e Poder afeta de modo decisivo o destino das pessoas. A filósofa política Hannah Arendt dizia que o mal prospera com a apatia e consegue sobreviver sem ela.” (Fernando Brandt)
EDUARDO ROCHA: Em 2018, obteve 22.347 votos (14º lugar) — sendo 2.846 votos em Três Lagoas e 1.935 na Capital. Em 2026, tentará retornar à Assembleia Legislativa, amparado em sua passagem pela Casa Civil. Enfrenta, contudo, um cenário nebuloso e competitivo em seus antigos redutos.
SIMONE: Suspense! Na última semana, a ministra Simone Tebet disputou com Odete Roitman a atenção das manchetes sobre seu destino político. A ex-senadora vai se equilibrando — ora à esquerda, ora ao centro. Se Débora Bloch foi vítima do script, Simone segue sob os holofotes, vivíssima.
MARKETING: O governador Eduardo Riedel chegou ao poder sem populismo demagógico, com um discurso técnico. Mas há quem defenda que ele deva adotar um tom mais popular e linguagem acessível, o que pode ser decisivo em 2026. Assessoria, atenção: isso contará muito nas urnas.
A MISSÃO: O deputado Coronel Davi, secretário do diretório estadual do PL, assume a difícil tarefa de unir as correntes internas do partido. Maduro e conciliador, busca ouvir todos sem favorecimentos. Convenhamos: haja habilidade política.
JUSTIFICO: O deputado Marcos Pollon, além de anunciar sua pré-candidatura ao Governo (PL ou NOVO), também lançou o nome da esposa, Naiane Bitrncourt, presidente do PL Mulher, como pretensa candidata a deputada federal, com apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Durma-se com um barulho desses.
ANTENADO: O deputado Londres, aos 83 anos, mostra ânimo de estreante. Sua equipe já atua em várias regiões buscando antigos e novos eleitores. Em 2022, ele obteve 25.691 votos (14º lugar). Realista, evita se deixar levar por previsões otimistas.
BARBARIDADE: A agência central dos Correios na Capital retrata a decadência da empresa pública. Após o Governo rejeitar sua privatização, a estatal acumula prejuízos e agora busca empréstimo de R$ 20 bilhões. A combinação de má gestão e avanço do e-commerce agravou o quadro. E adivinhe quem pagará a conta?
OPINIÃO: “Minha leitura é de que, no curto prazo, o conservadorismo manterá ligeira vantagem. O medo da insegurança, a pressão inflacionária e o apelo religioso fortalecem a direita. Mas nada é definitivo: o crescimento econômico pode devolver fôlego à esquerda; o desgaste da polarização pode abrir espaço ao centro.” (Gaudêncio Torquato)
PÍLULAS DIGITAIS:
💬 O dinheiro é ótimo. Tira a pessoa da pobreza, mas não tira a pobreza da pessoa.
💬 O Brasil é o país do futuro, mas para tanto é preciso decidir que o “futuro” é amanhã. (Margaret Thatcher)
💬 A verdade é que somos filhos da Coca-Cola, muito mais do que de Marx. (Jean-Luc Godard)
💬 Vai ficar rico o cara que inventar remédio para matar saudade. (Millôr Fernandes)
💬 A vida é o que acontece conosco, enquanto fazemos outros planos. (Ben Bagley)
💬 Não há graus de vaidade – apenas graus de habilidade em disfarçá-la. (Mark Twain)
💬 Ninguém lembraria do Bom Samaritano se ele tivesse só boas intenções. Ele tinha dinheiro também. (Margaret Thatcher)
💬 A justiça do Rio definiu o culpado pela morte de 10 jovens no Ninho do Urubu: o destino. (Valdeci Lizarte)
💬 Se não vão te regar, você não terá obrigação de ser flor que se cheire. (Internet)
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