Política Internacional
Lula celebra encontro com Trump: “Aquilo que parecia impossível se tornou possível”
Presidentes concordam em manter diálogo direto; petista fala em “química” e reforça que soberania do Brasil não será negociada
24/09/2025
20:25
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou nesta quarta-feira (24) o breve encontro que teve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU. Segundo Lula, a reunião, ainda que rápida, abriu espaço para uma nova fase nas relações entre os dois países.
“Eu tive a satisfação de ter o encontro com o presidente Trump. Aquilo que parecia impossível se tornou possível. Temos muitos interesses em comum, industriais, tecnológicos e digitais. Fiz questão de dizer que precisamos de uma pauta positiva”, afirmou Lula em coletiva à imprensa.
O petista disse ter ficado surpreso com a boa recepção de Trump e relatou que houve “química” entre ambos:
“Fiquei feliz ao ouvir dele que ‘pintou uma química’ entre nós. Eu acredito que 80% de uma boa relação é química e 20% é emoção. Considero isso muito importante e torço para que essa relação dê certo.”
Apesar do tom amistoso, Lula ressaltou que a soberania brasileira não está em discussão.
“Não quero saber se um presidente eleito gosta ou não de mim. Ele merece meu respeito como presidente brasileiro. Mas a soberania não está em debate, nem com o presidente dos EUA nem com nenhum outro presidente do mundo.”
Segundo o próprio Trump, a interação durou 39 segundos. O republicano disse ter gostado de Lula e convidou-o para uma nova reunião, possivelmente já na próxima semana. O encontro formal ainda não tem data confirmada, mas Lula disse estar disposto a participar de uma conversa presencial “sem vetos” de temas.
“Eu disse ao presidente Trump: não tem limite a nossa conversa, vamos colocar na mesa tudo. Quero saber qual é o problema em relação ao Brasil. Tenho interesse nessa conversa e quero que ela aconteça logo.”
A aproximação acontece em meio a um momento delicado nas relações bilaterais. Nos últimos meses, os EUA impuseram tarifas de até 50% a produtos brasileiros e aplicaram sanções contra membros do Executivo e do Judiciário, incluindo familiares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes.
Trump justificou as medidas como reação ao que chama de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA desde março, tem articulado sanções contra o Brasil, o que levou a Procuradoria-Geral da República a denunciá-lo por coação em processo judicial.
Durante seu discurso na ONU, Lula criticou duramente as sanções americanas e alertou que representam ameaça à soberania nacional:
“O Brasil optou por resistir e defender sua democracia. Não há razão para que Brasil e EUA vivam momentos de conflito.”
Integrantes do governo brasileiro viram o gesto de Trump como uma vitória diplomática de Lula, mas avaliam com cautela os riscos de que o republicano use o diálogo para pressionar ou expor o petista, como já ocorreu com líderes europeus no passado.
Ainda assim, Lula disse estar otimista:
“Espero que possamos restabelecer a harmonia necessária entre Brasil e EUA. Quando tiver eleição nos EUA, eu não me meto. E quando tiver no Brasil, ele não se mete.”
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