Política / Justiça
STF marca para 2 de setembro o início do julgamento presencial de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe
Cristiano Zanin atende pedido de Moraes e convoca sessões extraordinárias para analisar denúncia da PGR contra núcleo central da trama golpista
15/08/2025
10:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cristiano Zanin, agendou para o dia 2 de setembro o início do julgamento presencial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais sete aliados acusados de participação em uma tentativa de golpe de Estado. A decisão atende a um pedido do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal.
As sessões extraordinárias ocorrerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, sempre das 9h às 12h, com sessões adicionais à tarde nos dias 2, 9 e 12, das 14h às 19h. O cronograma prevê análise exclusiva do núcleo central da suposta organização criminosa, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável por articular e liderar o plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022.
De acordo com a PGR, este grupo foi responsável por planejar, coordenar e tentar executar ações para romper o Estado Democrático de Direito e manter Bolsonaro no poder. São eles:
Jair Bolsonaro – Ex-presidente da República, acusado de ser líder, principal articulador e beneficiário da trama golpista.
Walter Souza Braga Netto – Ex-ministro e general da reserva, único réu preso do grupo, acusado de financiar e coordenar ações, inclusive com suposto plano para assassinar Alexandre de Moraes.
Anderson Torres – Ex-ministro da Justiça, acusado de assessorar juridicamente Bolsonaro, tendo em sua casa a minuta de decreto para instaurar um regime de exceção.
Augusto Heleno – Ex-ministro do GSI, teria participado de lives e reuniões para descredibilizar as urnas eletrônicas.
Paulo Sérgio Nogueira – Ex-ministro da Defesa, acusado de apresentar minuta golpista aos comandantes das Forças Armadas.
Almir Garnier Santos – Ex-comandante da Marinha, teria colocado tropas à disposição da execução do golpe.
Alexandre Ramagem – Ex-diretor da Abin, acusado de propagar fake news sobre o sistema eleitoral.
Mauro Cid – Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, teria participado ativamente das reuniões de planejamento.
Segundo a PGR, os réus podem responder por até 43 anos de prisão, considerando a soma das penas máximas dos crimes abaixo:
Organização criminosa armada
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Golpe de Estado
Dano qualificado contra patrimônio da União
Deterioração de patrimônio tombado
Relatoria: Alexandre de Moraes abrirá a votação.
Acusação: PGR terá 2 horas para expor o caso.
Defesa: Cada réu terá 1 hora para apresentar seus argumentos.
Votação: A ordem prevista é Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Possível atraso: Há expectativa entre advogados de que Fux possa pedir vista, prorrogando o desfecho.
O processo contra o núcleo central é apenas a primeira etapa. Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas pela PGR em diferentes grupos, que ainda aguardam definição de data para julgamento. As defesas, de forma unânime, alegam falta de provas e acusam a Procuradoria de criar uma narrativa política.
A Primeira Turma do STF, que conduzirá o julgamento, é composta por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino.
Se condenado, Bolsonaro poderá enfrentar a maior pena já aplicada a um ex-presidente brasileiro na história recente.
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