Política Internacional
Lula rebate Trump: “Brasil não vai ficar de joelho” e nega que país seja mau parceiro comercial
Presidente brasileiro contesta acusações, defende postura soberana e afirma que “democracia está julgando Bolsonaro”
14/08/2025
17:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu nesta quinta-feira (14) às críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que classificou o Brasil como “péssimo parceiro comercial” e chamou o processo contra Jair Bolsonaro (PL) de “execução política”.
Durante evento em Pernambuco, Lula afirmou que o país mantém relações comerciais justas e não aceitará imposições.
“É mentira quando o presidente norte-americano diz que o Brasil é um mau parceiro comercial. O Brasil é bom, só não vai ficar de joelho para o governo americano”, declarou.
Na véspera, Trump disse que o Brasil impõe tarifas “enormes” aos produtos americanos, tornando o comércio difícil, e justificou a aplicação de tarifa de 50% sobre exportações brasileiras.
“Agora estão sendo cobrados com tarifas de 50%, e não estão felizes, mas é assim que funciona”, afirmou.
O presidente americano também voltou a defender Bolsonaro:
“Eu conheço esse homem. Acho que ele é honesto. O que estão fazendo é realmente uma execução política.”
Lula contestou a narrativa de Trump e comparou com a invasão do Capitólio nos EUA, que resultou em cinco mortes.
“Se você morasse no Brasil e tivesse feito o que fez nos EUA, também seria julgado e, se culpado, iria para a cadeia”, disse.
Brasil registra déficit comercial com os EUA desde 2009; em 2024, o saldo negativo foi de US$ 28 bilhões.
Segundo a Amcham Brasil, 48% das exportações americanas para o Brasil chegam sem imposto e 15% pagam até 2% de tarifa.
O imposto médio efetivo sobre importações americanas é de 2,7%, bem abaixo da tarifa média global (12,4%), devido a regimes especiais como drawback, ex-tarifário e Recof.
Principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA (jan–jun 2025):
Óleos brutos de petróleo — US$ 2,37 bi
Ferro/aço semimanufaturado — US$ 1,49 bi
Café — US$ 1,16 bi
Carne bovina — US$ 737,8 mi
Ferro-gusa — US$ 683,6 mi
Celulose — US$ 668,6 mi
Óleos combustíveis — US$ 610,2 mi
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China, e o principal importador de café brasileiro, responsável por cerca de um terço das compras globais da commodity.
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