Política / Congresso Nacional
Crise no Congresso: oposição ocupa plenários e Alcolumbre e Motta suspendem sessões após prisão domiciliar de Bolsonaro
Parlamentares exigem anistia para 8 de janeiro e impeachment de Moraes; presidentes da Câmara e do Senado convocam reunião de líderes para conter paralisação
05/08/2025
18:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
As sessões da Câmara dos Deputados e do Senado Federal marcadas para esta terça-feira (5) foram oficialmente suspensas após uma série de protestos e ações de obstrução por parte da oposição, em resposta à prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida provocou tensão entre os Poderes e paralisou as atividades do Congresso Nacional.
Os presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) decidiram cancelar as agendas legislativas e convocaram reuniões com os líderes partidários para a quarta-feira (6), numa tentativa de retomar o diálogo e reorganizar a pauta diante da escalada da crise institucional.
“Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor do Brasil e da nossa população”, declarou Alcolumbre, em nota oficial.
No Senado, parlamentares da oposição ocuparam a Mesa Diretora, colaram esparadrapos na boca e exigiram a inclusão imediata dos pedidos de impeachment contra Alexandre de Moraes na pauta. Eles também reivindicam a votação do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. O grupo se recusou a deixar o local até que suas exigências sejam atendidas.
Na Câmara, Hugo Motta também encerrou a sessão do dia e afirmou que “a pauta será sempre definida com base no diálogo e no respeito institucional”.
Mais cedo, durante agenda na Paraíba, Motta declarou que decisões judiciais devem ser respeitadas:
“O legítimo direito de defesa tem que ser respeitado, mas decisão judicial deve ser cumprida. Não cabe ao presidente da Câmara tentar qualificar ou avaliar uma decisão do STF.”
Em entrevista à GloboNews, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a mobilização foi intensificada após o presidente do Senado se recusar a atender ligações da oposição. Segundo ele, mais de 12 senadores participam da ocupação e estão dispostos a virar a noite no plenário.
“Enquanto o presidente Davi Alcolumbre não atender às nossas demandas, nós vamos permanecer aqui”, declarou.
Flávio classificou as reivindicações como um “pacote de paz”, que inclui:
Pautar o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes;
Votar o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro;
Debater o fim do foro privilegiado.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), confirmou que os protestos continuarão, com revezamento de parlamentares nas mesas diretoras. A oposição espera uma reunião com Motta e Alcolumbre ainda nesta semana e pressiona por respostas concretas.
A mobilização ocorre em um momento de forte desgaste nas relações entre o Congresso e o Judiciário, agravado pela repercussão da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e pelas discussões internacionais envolvendo possíveis sanções comerciais dos Estados Unidos ao Brasil, após a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes.
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