Saúde / Campo Grande
Médica é agredida com soco no rosto durante atendimento na UPA das Moreninhas
Sindicato cobra mais segurança e denuncia aumento da violência contra profissionais de saúde em Campo Grande
16/06/2025
09:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Uma médica de 29 anos foi vítima de agressão física no último sábado (14) durante atendimento na UPA das Moreninhas, em Campo Grande (MS). A profissional, que preferiu não ser identificada, levou um soco no rosto de uma paciente, após informar que exames laboratoriais de rotina não são realizados na unidade de urgência, mas sim nas UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família).
De acordo com o relato da médica, a paciente exigiu a realização dos exames e, ao ser informada que o procedimento não poderia ser feito na UPA, passou a gritar, proferir xingamentos, ameaças e ofensas pessoais.
“Ela me chamou de psicopata, disse que queria quebrar o computador na minha cabeça, falou que pagava meu salário e que eu era obrigada a fazer o que ela queria”, relatou a profissional.
A situação escalou, e nem mesmo a mãe da paciente conseguiu conter os ânimos. “A mãe pediu que eu deixasse os exames de lado e só passasse a medicação para a queixa atual”, contou a médica.
Diante do clima de tensão, ela deixou momentaneamente a sala, comunicou o fato à assistente social e ao regulador de fluxo da unidade, solicitando que outro profissional assumisse o atendimento. No retorno à sala para informar que a paciente seria novamente chamada, foi surpreendida pela agressão.
“Ela perguntou: ‘Ah, você não vai me atender?’ e, quando me sentei, ela se levantou e me deu um soco no rosto. A mãe precisou segurá-la, mas ela ainda tentou me bater mais vezes. Consegui sair pela porta de emergência e acionei os seguranças,” detalhou.
Após o episódio, a médica precisou interromper o plantão e se dirigiu à delegacia, onde registrou um boletim de ocorrência. O caso mobilizou o SinMed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), que acompanha a situação e prestou apoio jurídico e psicológico à profissional.
O presidente do sindicato, Marcelo Santana Silveira, lamentou o ocorrido e alertou para o aumento dos casos de violência nas unidades de saúde.
“A médica ficou abalada e com medo. A agressão é um crime grave e mostra que a prefeitura não está garantindo a segurança dos profissionais. Isso é inaceitável. Não podemos esperar que algo ainda mais grave aconteça para que medidas sejam tomadas”, afirmou.
O dirigente reforça que muitos casos sequer são registrados, e orienta que os profissionais formalizem boletins de ocorrência sempre que forem vítimas de violência verbal ou física.
Levantamento do CFM (Conselho Federal de Medicina) aponta que, nos últimos dez anos, foram registrados mais de 40 mil casos de violência contra médicos no Brasil.
Em Mato Grosso do Sul, só em 2024 já foram registrados 134 casos, o que coloca o Estado na 10ª posição nacional em ocorrências de agressões contra profissionais da saúde.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para questionar quais medidas de segurança estão sendo adotadas nas unidades de saúde e quais providências serão tomadas após o episódio. Até a publicação desta matéria, não houve retorno.
Também foram feitas tentativas de contato com a paciente envolvida na agressão, mas não houve sucesso.
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