Campo Grande (MS), Sábado, 14 de Junho de 2025

Política / Partidos

Fusão entre PSDB e Podemos é suspensa após impasse sobre comando da nova sigla

Aécio Neves condicionou acordo à alternância na presidência, mas recuou após exigência de mandato de quatro anos para Renata Abreu

13/06/2025

17:00

DA REDAÇÃO

presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo ©DIVULGAÇÃO

A negociação para a fusão entre PSDB e Podemos foi oficialmente suspensa após divergências internas sobre o comando da nova legenda. A informação foi confirmada pelo presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, ao jornal Estadão. O Podemos não se manifestou oficialmente até o momento.

O impasse surgiu após o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) discordar da proposta apresentada pelo Podemos na última reunião, realizada no dia 11 de junho. Segundo Aécio, o partido liderado pela deputada Renata Abreu (Podemos-SP) exigiu o comando da nova sigla por quatro anos, assim que a fusão fosse efetivada.

A proposta inicial dos tucanos previa uma alternância no comando, com mandato semestral nos primeiros meses, depois anual, até que, em 2028, fosse realizada uma eleição convencional para escolher o diretório e a executiva com mandato de dois anos.

“É uma exigência que não estava nem sendo cogitada e, para nós, é intransponível”, afirmou Aécio ao Estadão, ressaltando que o presidente Marconi Perillo e a cúpula do partido estão alinhados com essa posição.

Diante do impasse, Aécio afirmou que o PSDB já retomou conversas sobre uma possível federação com Republicanos, Solidariedade e MDB, mas não descarta retomar a negociação com o Podemos em outro formato no futuro.

Cenário político e risco de debandada

A tentativa de fusão surge em meio ao enfraquecimento estrutural do PSDB, que enfrenta queda de representatividade nacional, perda de bancadas e o risco de não eleger nenhum governador nas próximas eleições.

O cenário também é pressionado pela cláusula de barreira, que tem forçado siglas menores e médias a buscarem fusões ou federações para manter acesso ao fundo partidário e tempo de TV.

No Mato Grosso do Sul, o PSDB também vive um cenário de tensão, com o governador Eduardo Riedel (PSDB-MS) cogitando sua saída do partido, com conversas avançadas tanto com o PP quanto com o PSD. A movimentação segue a mesma trilha de outros ex-tucanos de peso, como Eduardo Leite (governador do RS) e Raquel Lyra (governadora de Pernambuco), ambos hoje filiados ao PSD.

Próximos passos e alternativas

Apesar do recuo nas negociações para fusão, a possibilidade de uma federação entre PSDB e Podemos não foi descartada, assim como alianças estratégicas com outras legendas que buscam fortalecer musculatura eleitoral para 2026 e 2028.

“Agradecemos, dissemos que nesse tempo [de quatro anos de mandato] não dá e imediatamente retomamos conversas com Republicanos, Solidariedade e MDB”, afirmou Aécio Neves.

Entenda o que está em jogo

  • 🔄 Motivo da suspensão: impasse sobre quem comandaria a nova sigla e por quanto tempo

  • 🏛️ Proposta do PSDB: alternância semestral e depois anual até 2028, quando haveria eleição interna

  • 🗳️ Proposta do Podemos: quatro anos de presidência para Renata Abreu após a fusão

  • ⚠️ Risco político: PSDB pode enfrentar esvaziamento se não consolidar alianças

  • 🚩 Governadores tucanos: podem migrar para outras legendas; Eduardo Riedel (MS) já discute sua saída


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