Política / Justiça
Mauro Cid nega intenção de fugir do Brasil e diz que não solicitou passaporte
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro prestou depoimento à PF e afirmou que mensagens atribuídas a ele não são de sua autoria
13/06/2025
15:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negou qualquer intenção de deixar o Brasil ao prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (13), em Brasília. A oitiva faz parte da investigação que apura a suposta tentativa de obtenção de um passaporte português por meio do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, preso no mesmo dia.
Segundo a defesa de Cid, ele afirmou que não solicitou o documento, nem teve conhecimento de qualquer pedido de passaporte em seu nome. Além disso, disse que as mensagens que vêm sendo divulgadas não foram escritas por ele. Cid já solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apure o conteúdo publicado pela revista Veja.
Cid chegou à sede da PF, na capital federal, às 10h57 em uma Range Rover vermelha. O depoimento durou cerca de 3h30 e terminou às 14h28. Ao sair, o militar não falou com a imprensa.
A Polícia Federal suspeita que Gilson Machado teria atuado para viabilizar a saída de Cid do Brasil, o que, segundo a corporação, poderia configurar tentativa de obstrução de Justiça na ação penal que trata da tentativa de golpe de Estado em 2022. Mauro Cid é um dos 31 réus no processo, ao lado de Bolsonaro e outros aliados.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou que concorda com a investigação e com as medidas cautelares já deferidas pelo STF, como mandados de busca e apreensão e quebra de sigilos de Gilson Machado.
“É uma surpresa. Desconheço os fatos, mas, com certeza, Mauro Cid não requereu passaporte”, afirmou o advogado Jair Alves Pereira, integrante da equipe de defesa de Cid.
Em nota à imprensa, Gilson Machado também negou as acusações, dizendo que apenas ligou para o consulado português no Recife para agendar a renovação do passaporte de seu pai, de 85 anos. “Não fui a nenhum consulado. Apenas mantive contato por telefone”, alegou.
A abertura do inquérito foi solicitada pela PF e pela PGR no último dia 10 de junho. A manifestação enviada ao STF pede acesso a dados telemáticos, telefônicos e bancários de Machado, relativos ao período entre 1º de janeiro e 5 de junho de 2025.
De acordo com a PF, Machado teria ido até o Consulado de Portugal no Recife, em 12 de maio, para intermediar a emissão de um passaporte português em nome de Mauro Cid.
“A Polícia Federal apresentou informações sobre a possível atuação de Gilson Machado junto ao consulado com o propósito de expedir o documento que permitiria a saída de Cid do território nacional”, afirma a PGR na manifestação.
O nome de Mauro Cid aparece com destaque nas investigações que apuram a articulação de uma tentativa de golpe de Estado, com o objetivo de manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. Além de Cid e Bolsonaro, outros 29 aliados são réus no processo.
A defesa do ex-ministro Gilson Machado aguarda acesso ao processo para entender os fundamentos da prisão preventiva, determinada por Moraes. O celular, o carro e outros pertences de Machado foram apreendidos.
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