Meio Ambiente / Sustentabilidade
Cachoeira Água Branca agora é área de proteção perpétua em Pedro Gomes (MS)
Criação da RPPN garante segurança ambiental, turismo sustentável e desenvolvimento para a região da Serra de Maracaju
05/06/2025
12:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
No Dia Mundial do Meio Ambiente, a cidade de Pedro Gomes (MS) celebra uma conquista histórica: a criação oficial da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Água Branca, área de 29,26 hectares que agora conta com proteção definitiva, independentemente da troca de proprietários. A medida foi formalizada por meio da Portaria ICMBio Nº 2081, assinada em 2 de junho de 2025.
A RPPN é fruto de uma mobilização iniciada há mais de uma década para barrar a instalação de uma pequena central hidrelétrica (PCH) que ameaçava destruir 80% da cachoeira Água Branca, a segunda maior do Mato Grosso do Sul. Com mais de 80 metros de queda livre, a cachoeira integra a sub-bacia Piquiri-Correntes e o Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari, considerada área prioritária para conservação da Bacia do Alto Paraguai.
“A melhor forma de proteger a cachoeira era com a criação da RPPN. A Ecoa nos mostrou esse caminho, e agora temos segurança jurídica para sonhar com o turismo sustentável”, afirmou o proprietário Nelson Mira Martins, que resistiu por anos às pressões da PCH.
A criação da RPPN não só impede o avanço de empreendimentos predatórios, como também abre novas oportunidades de turismo ecológico. O plano do proprietário é construir uma pousada ecológica, com atividades como trilhas, rapel, observação de aves e exploração de cavernas. Com apoio do ICMS Ecológico, Pedro Gomes também será beneficiado financeiramente por conservar a área.
“A cachoeira está no fim de um sistema hídrico que desce para o Pantanal. Preservar esse ponto é estratégico para o equilíbrio ambiental da região”, explicou Laércio Machado, consultor da Ecoa.
1986–1991: Nelson começa a adquirir lotes e alcança a área da cachoeira.
Anos 2000: Propostas para PCH são recusadas e inicia-se a luta judicial.
2019–2024: Mobilização ganha força com apoio do MPMS, campanhas públicas e reportagens.
Maio de 2024: Licença para a represa é suspensa por órgãos ambientais.
Junho de 2025: RPPN é oficialmente criada por portaria do ICMBio.
Agora, o foco será a elaboração do plano de manejo da reserva, com as seguintes ações previstas:
Instalação de trilhas, sinalização e pontos de visitação.
Parcerias com Sebrae, escolas e a Secretaria de Turismo.
Implantação de infraestrutura básica (energia, internet, recepção).
Acesso a fundos como o Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO).
A iniciativa faz parte do projeto “Defense of the Pantanal and its Waters”, realizado pela Ecoa – Ecologia e Ação, com apoio da Pew Charitable Trusts, que atua na defesa de áreas naturais prioritárias em toda a Bacia do Alto Paraguai.
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