Política / Justiça
Gaeco deflagra quarta fase da Operação Tromper e mira esquema milionário de corrupção em Sidrolândia
Mais de 20 investigados são alvos por fraudes em licitações e desvio de dinheiro público; Claudinho Serra é apontado como chefe do grupo
05/06/2025
08:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), com apoio do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), realizou nesta quinta-feira (5) a quarta fase da Operação Tromper, que apura um esquema criminoso instalado na Prefeitura de Sidrolândia (MS). A ação ocorre dois anos após o início das investigações, que já resultaram na denúncia de 27 réus por crimes como peculato, corrupção e fraudes em licitação.
As diligências desta nova etapa incluem cumprimento de mandados em Sidrolândia e Campo Grande, onde reside Claudinho Serra (PSDB), ex-vereador da Capital e ex-secretário de Fazenda do município, apontado como chefe da organização criminosa.
Segundo o Ministério Público Estadual (MPMS), o grupo atuava há pelo menos sete anos na administração municipal, utilizando empresas de fachada, conluios entre empresários e servidores públicos para vencer licitações, fornecer produtos não entregues ou serviços inexecutados e desviar recursos públicos, parte dos quais era utilizada para pagamento de propinas a agentes públicos.
“Foi identificada a existência de um duradouro esquema de corrupção incrustado na atividade administrativa do Município de Sidrolândia”, destaca a denúncia de 232 páginas.
A operação já identificou inúmeros processos licitatórios fraudulentos e a movimentação milionária de recursos desviados da prefeitura. As fraudes se repetiam com notas frias, superfaturamento e empresas sem capacidade técnica real.
O MP denunciou 22 nomes com pedidos de condenação por múltiplos crimes. Entre os principais acusados estão:
Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho (Claudinho Serra) – Ex-vereador e ex-secretário, acusado de organização criminosa, peculato, corrupção passiva e fraudes em licitação
Carmo Name Júnior – Assessor político, acusado de integrar o esquema e participar da articulação de propinas
Ana Cláudia Alves Flores – Ex-pregoeira municipal
Ricardo José Rocamora Alves – Empresário que emitia notas frias
Marcus Vinícius Rossentini, Thiago Rodrigues Alves, Jacqueline Mendonça Leiria e outros ex-servidores municipais
Entre os artigos do Código Penal e da legislação anticrime utilizados na denúncia estão:
Art. 2º da Lei 12.850/2013 – Organização criminosa
Art. 337-F – Fraude ao caráter competitivo de licitação pública
Art. 337-L – Fraude à execução contratual
Art. 312 – Peculato (desvio de recursos públicos)
Art. 317 – Corrupção passiva
Art. 333 – Corrupção ativa
Arts. 29 e 69 – Concurso de crimes
A Operação Tromper já teve três fases anteriores, que resultaram em monitoramento eletrônico de réus, inclusive Claudinho Serra, que segue com tornozeleira eletrônica até novembro de 2025, por decisão da Vara Criminal de Sidrolândia.
Com mais de 7 mil páginas de documentos processuais, o caso ainda não tem data para julgamento final, devido à complexidade e ao volume de provas e delações premiadas.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
CCR MSVia realiza obras de manutenção em trechos da BR-163/MS nesta sexta-feira (6)
Leia Mais
STF confirma pena de 10 anos a Carla Zambelli e determina execução imediata da sentença
Leia Mais
Moraes nega pedido de Bolsonaro para suspender processo sobre trama golpista no STF
Leia Mais
Feira Literária de Dourados encerra 5ª edição com homenagens e foco na valorização da literatura sul-mato-grossense
Municípios