Campo Grande (MS), Sexta-feira, 06 de Junho de 2025

Política / Justiça

Gaeco deflagra quarta fase da Operação Tromper e mira esquema milionário de corrupção em Sidrolândia

Mais de 20 investigados são alvos por fraudes em licitações e desvio de dinheiro público; Claudinho Serra é apontado como chefe do grupo

05/06/2025

08:45

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), com apoio do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), realizou nesta quinta-feira (5) a quarta fase da Operação Tromper, que apura um esquema criminoso instalado na Prefeitura de Sidrolândia (MS). A ação ocorre dois anos após o início das investigações, que já resultaram na denúncia de 27 réus por crimes como peculato, corrupção e fraudes em licitação.

As diligências desta nova etapa incluem cumprimento de mandados em Sidrolândia e Campo Grande, onde reside Claudinho Serra (PSDB), ex-vereador da Capital e ex-secretário de Fazenda do município, apontado como chefe da organização criminosa.

Esquema fraudava licitações desde 2017

Segundo o Ministério Público Estadual (MPMS), o grupo atuava há pelo menos sete anos na administração municipal, utilizando empresas de fachada, conluios entre empresários e servidores públicos para vencer licitações, fornecer produtos não entregues ou serviços inexecutados e desviar recursos públicos, parte dos quais era utilizada para pagamento de propinas a agentes públicos.

“Foi identificada a existência de um duradouro esquema de corrupção incrustado na atividade administrativa do Município de Sidrolândia”, destaca a denúncia de 232 páginas.

A operação já identificou inúmeros processos licitatórios fraudulentos e a movimentação milionária de recursos desviados da prefeitura. As fraudes se repetiam com notas frias, superfaturamento e empresas sem capacidade técnica real.

Principais alvos da quarta fase

O MP denunciou 22 nomes com pedidos de condenação por múltiplos crimes. Entre os principais acusados estão:

  • Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho (Claudinho Serra) – Ex-vereador e ex-secretário, acusado de organização criminosa, peculato, corrupção passiva e fraudes em licitação

  • Carmo Name Júnior – Assessor político, acusado de integrar o esquema e participar da articulação de propinas

  • Ana Cláudia Alves Flores – Ex-pregoeira municipal

  • Ricardo José Rocamora Alves – Empresário que emitia notas frias

  • Marcus Vinícius Rossentini, Thiago Rodrigues Alves, Jacqueline Mendonça Leiria e outros ex-servidores municipais

Crimes atribuídos aos réus

Entre os artigos do Código Penal e da legislação anticrime utilizados na denúncia estão:

  • Art. 2º da Lei 12.850/2013 – Organização criminosa

  • Art. 337-F – Fraude ao caráter competitivo de licitação pública

  • Art. 337-L – Fraude à execução contratual

  • Art. 312 – Peculato (desvio de recursos públicos)

  • Art. 317 – Corrupção passiva

  • Art. 333 – Corrupção ativa

  • Arts. 29 e 69 – Concurso de crimes

Contexto da investigação

A Operação Tromper já teve três fases anteriores, que resultaram em monitoramento eletrônico de réus, inclusive Claudinho Serra, que segue com tornozeleira eletrônica até novembro de 2025, por decisão da Vara Criminal de Sidrolândia.

Com mais de 7 mil páginas de documentos processuais, o caso ainda não tem data para julgamento final, devido à complexidade e ao volume de provas e delações premiadas.


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