Eleições Sindicais
Ministério Público é acionado para investigar denúncias nas eleições da Fetems em MS
Disputa sindical acirrada opõe chapa apoiada por Jaime Teixeira à oposição, que denuncia irregularidades e “manobras para manter hegemonia”
31/05/2025
07:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A eleição da nova diretoria da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), marcada para segunda-feira (2), ganhou novos contornos com o acionamento do Ministério Público do Trabalho (MPT). A Chapa 2, de oposição, liderada pelo professor Joaquim de Oliveira Neto, protocolou denúncia contra a atual diretoria da entidade, apontando oito irregularidades que, segundo a defesa, comprometeriam a legalidade e a lisura do processo eleitoral.
A Fetems, que representa mais de 20 mil filiados e 64 sindicatos municipais (Sinteds), vive um momento de forte tensão política. A Chapa 1, encabeçada pela professora Deumeires Morais, atual vice-presidente da Federação, é apoiada pelo presidente Jaime Teixeira, dirigente histórico vinculado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e no comando da entidade há mais de duas décadas.
Representado pela advogada Rosana Espíndola, o candidato da oposição listou uma série de supostas violações estatutárias e legais:
Data do pleito em ponto facultativo, dificultando a votação em cidades como Sonora (violação do Art. 60 do Estatuto);
Edital nulo, por omissão de locais de votação e falta de comunicação formal aos Sinteds;
Homologação de chapa incompleta, contrariando os artigos 32 e 62 do Estatuto;
Comissão Eleitoral irregular, formada fora do prazo e com composição considerada "caseira";
Vacância sem reposição na Comissão, com um membro ausente em 80% das reuniões;
Aprovação tardia do Regimento Interno, comprometendo a segurança jurídica e a transparência;
Violação da LGPD, com divulgação não autorizada de CPFs dos votantes;
Propaganda irregular, com uso da estrutura institucional da Fetems para favorecer a Chapa 1.
A três dias da eleição, a Fetems divulgou nota pública criticando a presença da Polícia Militar durante o processo eleitoral. A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) classificou o pleito como evento de risco, determinando acompanhamento ostensivo com base na Operação nº 15, para “garantir a lisura, transparência e segurança de todos os envolvidos”.
A oposição, por sua vez, considerou a reação da direção um sinal de desespero, e apresentou imagens de urnas improvisadas com caixas de papelão e sapato, que estariam sendo preparadas por aliados da situação. Segundo a Chapa 2, o material levanta sérias dúvidas sobre a segurança e a imparcialidade do processo eleitoral.
Em declaração contundente, o professor Joaquim afirma que a direção da Fetems agiu desde o início para dificultar sua candidatura:
“Ficou claro que não queriam concorrência. Há 20 anos usam os mesmos métodos para manter o poder”, afirmou.
“Nosso objetivo é dar voz à base, sem vinculação partidária ou ideológica. A gestão atual está desgastada e a categoria encontrou uma alternativa real”, completou.
O pleito desta segunda-feira pode marcar uma ruptura histórica na liderança da Federação, caso a oposição consiga reverter o cenário apontado como desfavorável pelas denúncias.
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