Artigo / Saúde
Doença celíaca: entenda como é possível viver sem o alimento milenar
Maio Verde: gastroenterologista Nelson Cathcart Jr. fala sobre a importância do diagnóstico precoce da doença autoimune que afeta milhões de brasileiros
02/05/2025
08:45
Nelson Cathcart Jr
gastroenterologista Nelson Cathcart Jr
A doença celíaca, uma condição autoimune que está relacionada ao glúten, proteína presente no trigo, centeio e na cevada, afeta cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil, segundo dados da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra). O gastroenterologista Nelson Cathcart Jr., que teve o diagnóstico da doença aos 36 anos, destaca os desafios e avanços relacionados ao controle dessa condição.
O médico relata que viver sem glúten exigiu adaptações significativas em sua vida, mas hoje é muito mais viável graças a iniciativas como a Lei Federal nº 10.674 de 2003, que obriga a identificação de glúten nos rótulos de alimentos industrializados. Ele salienta que, apesar dos avanços, a convivência com a doença ainda apresenta desafios sociais.
“Às vezes você tem que ir para algum evento e fazer a refeição antes mesmo de ir para algum restaurante, pois não se sabe se lá terá alguma comida preparada adequadamente. Pois, se no mesmo ambiente onde são manuseados alimentos com trigo, por exemplo, sejam pratos, panelas e talheres, isso pode gerar uma contaminação e ela é, sim, nociva, causando danos ao intestino de quem tem doença celíaca”, compartilha.
Além do impacto social, a doença celíaca pode apresentar uma ampla gama de sintomas. Dor de barriga, diarreia, barriga estufada, perda de peso e até atraso de crescimento nas crianças são sinais clássicos. Outros efeitos menos conhecidos podem incluir dores de cabeça, musculares e articulares, lesões de pele, deficiência de nutrientes, como da vitamina B12, osteoporose, osteopenia, infertilidade e alteração no fluxo menstrual de mulheres, também são sintomas que merecem alerta.
“Todas essas condições podem estar associadas com a doença celíaca e esses indivíduos merecem investigação. Por isso, é importante conscientizar que esses sintomas não sejam menosprezados quando persistentes, e que a pessoa procure o médico para fazer a investigação o quanto antes”, alerta o médico, pois segundo ele, se não for controlada, a doença pode favorecer desnutrição e o risco aumentado para de cânceres, como o linfoma.
Maio Verde
Para conscientizar a população e promover diagnósticos precoces, o mês de maio é marcado pela campanha Maio Verde. O gastroenterologista enfatiza a importância da conscientização para que sintomas crônicos não sejam ignorados e que o diagnóstico seja correto, uma vez que outras doenças relacionadas ao trigo, como sensibilidade e alergia, podem gerar sintomas semelhantes aos do aparelho digestivo.
O especialista em doenças do estômago e intestino explica que embora não exista cura, o diagnóstico precoce é fundamental para controlar os impactos da doença. “Exames de sangue e biópsias realizadas durante endoscopias digestivas ajudam a identificar inflamações e atrofias no intestino causadas pela ingestão de alimentos com glúten”, completa o médico.
O Dia Mundial da Conscientização sobre a Doença Celíaca é comemorado no dia 16 de maio.
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