Campo Grande (MS), Quinta-feira, 13 de Março de 2025

SEGURANÇA PÚBLICA

Violência contra a mulher: Reunião do governo de MS discute medidas, mas sem ações concretas

Dados alarmantes reforçam urgência no combate ao feminicídio no estado

16/02/2025

22:55

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

Em meio a um cenário alarmante de violência contra a mulher, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, reuniu-se na noite deste domingo (16) com secretários de Estado, representantes do Judiciário e do Ministério Público para discutir estratégias de enfrentamento ao feminicídio e violência de gênero.

O encontro ocorre poucos dias após o assassinato da jornalista Vanessa Ricarti, morta pelo ex-noivo, Caio Nascimento, no dia 12 de fevereiro, horas depois de obter uma medida protetiva. Apesar da gravidade do caso, nenhuma medida concreta foi anunciada na reunião.

Dados revelam crescimento da violência e falhas na proteção

Durante a reunião, Riedel destacou números preocupantes sobre a violência contra a mulher no estado:

📌 5 mil medidas protetivas de urgência concedidas apenas em Campo Grande em 2024, o que equivale a duas por hora;
📌 Mais de 13 mil medidas protetivas concedidas em todo o estado, representando uma nova medida a cada 40 minutos.

Apesar do alto número de medidas concedidas, os feminicídios continuam acontecendo, evidenciando falhas no sistema de proteção às vítimas.

🗣️ "Não temos obtido os resultados desejados, pois os casos de feminicídio e tentativas de feminicídio continuam a ocorrer. Essa é a minha angústia e um apelo para que todos se unam em torno de ações concretas que reduzam a frequência desses crimes em Mato Grosso do Sul", afirmou o governador.

Caso Vanessa Ricarti e críticas ao atendimento à vítima

O governo do estado não mencionou diretamente o caso de Vanessa Ricarti em seu pronunciamento. A jornalista chegou a procurar ajuda na Casa da Mulher Brasileira, mas, conforme relato da própria vítima em um áudio divulgado após sua morte, foi atendida com descaso e orientada a voltar para casa.

🚨 O feminicídio ocorreu poucas horas depois de Vanessa conseguir a medida protetiva. O caso gerou indignação e reforçou críticas à efetividade das políticas de proteção.

Reunião sem soluções concretas

Apesar da gravidade da situação, o encontro serviu apenas para marcar uma nova reunião, sem apresentar ações imediatas para conter a escalada da violência contra as mulheres.

📢 "Se o modelo atual não tem gerado os resultados esperados, precisamos adaptá-lo", declarou Riedel, sem especificar quais mudanças serão implementadas.

O governador sugeriu a modernização dos processos da Casa da Mulher Brasileira, que completou 10 anos de funcionamento, e mencionou propostas de inovações tecnológicas para fortalecer o atendimento às vítimas. No entanto, não detalhou quais medidas serão adotadas, nem prazos para sua implementação.

Presenças na reunião

Entre os participantes da reunião estavam:

Secretários do governo: Viviane Luiza (Cidadania), Antonio Carlos Videira (Justiça e Segurança Pública), Patrícia Cozzolino (Assistência Social e Direitos Humanos) e Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica);
Subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres: Manuela Bailosa;
Delegado-geral da Polícia Civil: Lupérsio Degerone;
Presidente do Tribunal de Justiça de MS: Dorival Renato Pavan;
Desembargadora líder da campanha #TodasPorElas: Jaceguara Dantas Da Silva;
Procurador-geral de Justiça do Ministério Público de MS: Romão Avilla Milhan Junior.

Vanessa Ricarte: mais uma vítima da violência contra a mulher

A reunião ocorreu no dia em que Vanessa Ricarti completaria 43 anos. Mas ela está morta. Mais uma vítima de um sistema que falha em proteger mulheres sob ameaça.


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