Campo Grande (MS), Quinta-feira, 30 de Janeiro de 2025

AGRONEGÓCIO

Citricultura Expande em 11 Municípios de Mato Grosso do Sul e enfrenta desafio de contratação de mão de obra

Setor agrário visa plantar 30 mil hectares, com foco na inclusão de trabalhadores indígenas

28/01/2025

10:00

CGN

DA REDAÇÃO

Plantação de laranja em área localizada em Sidrolândia (Foto: Álvaro Rezende)

A citricultura em Mato Grosso do Sul tem se destacado como uma importante fonte de emprego e desenvolvimento econômico, expandindo-se para 11 municípios desde o ano passado. As áreas destinadas ao cultivo somam aproximadamente 30 mil hectares, refletindo o crescimento significativo do setor no estado.

Expansão e Planejamento de Mão de Obra

Em entrevista ao Campo Grande News, o secretário da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, destacou que um dos principais planos é contratar mão de obra indígena, que já atua na colheita de maçã. “O volume fixo e a mão de obra volante que vai colher essa laranja no período de maio a janeiro são números que a gente não tinha previsão no Estado em termos de geração de mão de obra. Provavelmente, boa parte dessa mão de obra vai vir de fora e a gente pretende também fazer uma negociação para aquela mão de obra indígena que vai para o Sul do País para a colheita da maçã e da poda da maçã, passa a ser utilizado na colheita de laranja no Estado de Mato Grosso do Sul, gerando oportunidade de trabalho para essas pessoas”, afirmou Verruck.

Instalação de Novas Empresas

O processo de instalação de novas empresas já está em andamento em diversos municípios, incluindo Campo Grande, Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo, Paranaíba, Cassilândia, Aparecida do Taboado, Três Lagoas, Brasilândia, Bataguassu, Naviraí e Dois Irmãos do Buriti. “Esses são os municípios que nós já temos empresários contactados e que já iniciam o seu processo de instalação no Estado. Alguns já estão plantando, como é o caso de Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo, Paranaíba e Bataguassu”, explicou Verruck.

Desafios Geográficos e Logísticos

Verruck ressaltou que qualquer município está apto a ter plantação, desde que haja irrigação adequada. No entanto, a região sul do estado pode enfrentar problemas com geadas, o que representa um desafio adicional. “As áreas do sul do Estado poderiam ter problema da questão de geada. Então, fica somente o sul do Estado fora, onde teria algum risco de geada. Fora isso, a condição do solo irrigado não é nenhum limitante para Mato Grosso do Sul”, completou.

Tempo de Produção e Investimento

Para produzir, são necessários três anos, após os quais, com cinco anos, as plantações começam a se estabilizar. Para instalar uma indústria no estado, seria necessário, no mínimo, 32 milhões de caixas de laranja. Exemplificando os empregos gerados, Verruck mencionou um projeto de mil hectares, que exigirá um investimento de R$ 100 milhões, além da terra. Diretamente, serão gerados para o plantio 100 empregos durante a colheita e posteriormente entre 300 a 400 pessoas.

Combate ao Greening e Legislação Rígida

Conforme Verruck, com a doença do greening em São Paulo, Mato Grosso do Sul viu uma oportunidade para atrair os laranjais. O estado criou uma legislação rígida, com tolerância zero à doença. A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) emitiu um alerta aos produtores rurais e à população geral sobre o perigo da compra de mudas irregulares. “Caso ele identifique um pé de laranja com greening, deve ser cortado imediatamente. Os outros estados tomaram uma decisão de aplicação de defensivos para manutenção, nós vamos ter tolerância zero ao greening, um controle sanitário bastante efetivo e uma captação de investimentos”, disse Verruck.

Desafios Futuros

Além das questões sanitárias, Mato Grosso do Sul enfrenta dois desafios principais: a outorga de água e energia elétrica para utilizar o pivô irrigador. "Hoje nós temos algumas dezenas de projetos de laranjas que precisam do fornecimento de energia elétrica. O desafio de curto prazo ainda não é o logístico, é a energia elétrica e a outorga de água, e depois, obviamente, qualificação de mão de obra e habitação para essa mão de obra", finalizou Verruck.

Conclusão

A expansão da citricultura em Mato Grosso do Sul representa uma oportunidade significativa para o desenvolvimento econômico e a inclusão social no estado. Com 30 mil hectares em plantações e a meta de contratar mão de obra indígena, o setor está preparado para enfrentar os desafios e contribuir para um futuro mais sustentável e próspero.

Para mais informações sobre os projetos de citricultura em Mato Grosso do Sul, acesse o site oficial da Semadesc.


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