Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

POLÍTICA

Plano de atentado contra Alexandre de Moraes incluía sequestro e execução, aponta investigação da PF

Relatório revela detalhes sobre a organização criminosa que planejava atacar o ministro, além do presidente Lula e o vice Alckmin.

26/11/2024

07:45

NAOM

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A Polícia Federal (PF) revelou um plano criminoso envolvendo o sequestro, prisão e possível execução do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O esquema fazia parte de uma articulação maior para um golpe de Estado em 2022, liderada por um grupo de militares. Entre os alvos também estavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).

A descoberta ocorreu durante a análise do celular do general reformado Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência. Nos arquivos do aparelho, os investigadores encontraram um documento chamado "Punhal Verde e Amarelo", que detalhava ações direcionadas ao ministro e à cúpula do governo eleito.

Detalhes do plano

Segundo o relatório, o planejamento contra Moraes incluía:

  • Mapeamento de locais frequentados pelo ministro, como residência, trabalho e academia, além de seu itinerário e horários.
  • Identificação dos agentes de segurança que acompanhavam Moraes, incluindo armas, veículos e número de escoltas.
  • Lista de equipamentos para a operação, como coletes balísticos, armas de grosso calibre, lança-granadas e celulares habilitados em nomes de terceiros para garantir o anonimato.
  • Consideração de métodos como explosivos ou envenenamento em eventos públicos.

Riscos reconhecidos pelos envolvidos

O plano também destacava os altos riscos da ação, como a probabilidade de "captura" ou morte dos agentes envolvidos. A PF ressaltou que as referências ofensivas ao ministro e os detalhes descritos no documento indicam a seriedade da ameaça.

Defesa do general Mário Fernandes

O advogado do general, Raul Livino, afirmou ao Estadão que ainda não teve acesso completo ao inquérito e considerou a prisão cautelar do militar despropositada. A defesa solicitou a transferência de Fernandes do Rio de Janeiro para Brasília.

Outros alvos do plano

Além de Alexandre de Moraes, o esquema criminoso também incluía ações contra o presidente Lula e o vice Alckmin. O documento sugere que o grupo visava desestabilizar o governo democraticamente eleito, em uma tentativa de golpe de Estado.

A investigação da Polícia Federal segue em andamento, com a análise de diálogos, áudios e documentos apreendidos no celular do general, que indicam a extensão das articulações golpistas.


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