POLÍTICA
Gleice Jane denuncia "criminalização de mães atípicas" após reportagem polêmica em Campo Grande
Deputada afirma que mães de crianças com deficiência estão sendo injustamente acusadas de vender produtos obtidos na rede pública; grupo de mães protesta na Alems
24/10/2024
13:35
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Durante sessão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) nesta quinta-feira (24), a deputada estadual Gleice Jane (PT) manifestou preocupação com o que chamou de "criminalização das mulheres que lutam pela vida de seus filhos" em Campo Grande. A parlamentar se referiu às mães atípicas, grupo formado por mulheres de crianças com deficiência física e/ou intelectual que dependem da rede pública para obter produtos essenciais, como alimentação especial, fraldas e terapias.
A denúncia surgiu após uma reportagem em um site de notícias de Campo Grande intitulada "'Máfia do Leite': 'mães atípicas' vendem latas enquanto cobram doação da Prefeitura", que acusou algumas mães de vender produtos recebidos gratuitamente no Centro Especializado Municipal (CEM). A matéria gerou indignação no grupo de mães, que negam as acusações e criticam a narrativa que as coloca como criminosas enquanto reivindicam direitos básicos para seus filhos.
Em resposta à reportagem, o grupo de mães atípicas organizou um protesto na Câmara de Vereadores de Campo Grande nesta quinta-feira (24). Entretanto, a sessão foi cancelada pelo presidente da Câmara, e as manifestantes seguiram para a Assembleia Legislativa, onde a sessão já estava em andamento.
“Estranhamente, a sessão da Câmara Municipal não aconteceu. Essa pauta já existia desde quando a atual deputada federal Camila Jara (PT) era vereadora, e agora estão criminalizando essas mães por lutarem pela vida de seus filhos”, disse Gleice Jane durante a sessão.
O assunto já havia gerado discussões na sessão ordinária de terça-feira (22), quando o deputado estadual Pedro Kemp (PT) trouxe o tema ao plenário. Na ocasião, o deputado Lídio Lopes (Patriota) rebateu, insinuando que as cobranças diretas à prefeitura, às vésperas do segundo turno das eleições municipais, seriam ações eleitoreiras. As declarações de Lídio Lopes também geraram revolta entre as mães, que compareceram à ALEMS com cartazes que diziam: “Não somos marionetes”, “PCDs merecem respeito” e “Não use nossa causa”.
Gleice Jane reforçou que as demandas dessas mães não são novas e que o problema do fornecimento irregular de suprimentos já se arrasta há pelo menos dois anos.
“A dor dessas mães não é eleitoreira. Precisamos de explicações e esforços para garantir a regularidade do fornecimento de produtos que assegurem a dignidade dessas crianças e de suas mães”, declarou a deputada.
As mães atípicas esperam que o movimento gere atenção e ações concretas para resolver a questão do acesso a suprimentos e serviços na rede pública. O grupo também deve continuar protestando e pressionando por soluções que garantam os direitos de seus filhos.
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