Uma modelo de 32 anos procurou a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) nesta terça-feira (3) para registrar queixa contra seu ex-marido, um engenheiro mecânico de 33 anos, após ele destruir o carro em que ela estava. O incidente ocorreu na segunda-feira (2), quando a vítima encontrou o ex-marido saindo de sua residência no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande.

A mulher relatou à polícia que esteve casada com o homem por 10 anos, mas os dois se separaram em novembro do ano passado. No dia do ocorrido, ela foi até a casa acompanhada por um amigo e, após esquecer o celular, retornou para buscá-lo, momento em que se deparou com o ex-marido no local. Ao questioná-lo sobre o motivo de sua presença, uma discussão foi iniciada.

Durante a briga, a mulher entrou no carro, que pertence à sua sogra, mas o ex-marido pulou sobre o veículo e começou a esmurrar o para-brisa até quebrá-lo. A violência foi tanta que os airbags do carro foram acionados. A Polícia Militar foi chamada e o homem foi levado à Deam, onde foi ouvido e liberado, sendo o caso inicialmente registrado como lesões corporais recíprocas.

Novos desdobramentos

Na terça-feira, o engenheiro enviou mensagens para o pai da mulher, insinuando que ela estaria usando drogas, e também gravou um vídeo relatando situações do relacionamento, que enviou para amigos em comum do casal. Diante dessa nova situação, a modelo registrou outro boletim de ocorrência, desta vez por difamação e descumprimento de medidas protetivas que já havia solicitado contra o ex-marido.

A modelo revelou que o relacionamento sempre foi conturbado e que, por diversas vezes, pediu ao homem que deixasse a casa, mas ele se recusava. O ponto culminante ocorreu quando o ex-marido a agrediu fisicamente na frente da filha do casal, uma menina de 6 anos. Após esse episódio, a polícia foi chamada e o homem foi retirado de casa, levando à separação definitiva.

Investigação de abuso

A mulher também pediu medida protetiva para a filha de 6 anos, após suspeitar de abuso por parte do ex-marido. Ela notou marcas roxas no corpo da criança após buscá-la na escola e levá-la para o banho. Ao procurar uma unidade de saúde, o caso foi encaminhado à polícia, e a menina relatou em depoimento especial que o pai a sentava no colo e colocava a mão dentro de sua calcinha quando os avós saíam para trabalhar. Esse caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA).

O episódio reflete a gravidade do caso de violência doméstica e os desafios enfrentados pela vítima, que busca justiça e proteção tanto para si quanto para sua filha.