AMPLA VISÃO| ‘União Brasil’: um partido da conveniência?
22/10/2021
07:00
MANOEL AFONSO
‘UNIÃO BRASIL’: Um partido da conveniência? Uma espécie de fruto de inseminação artificial? Para questionar sua bandeira basta analisar o currículo de seus principais personagens nacionais. Aqui, a futura sigla não tem empolgado, há dificuldades na atração de lideranças. A deputada Rose Modesto (PSDB) não se entusiasmou com o convite.
LEMBRANDO... É difícil viabilizar uma nova sigla devido as características políticas do Mato Grosso do Sul. Aliás, na década de 80, investidos em mandatos parlamentares, Leite Schimdt e Rubem Figueiró tentaram sem sucesso implantar o PP. Em 1982 houve mudanças na lei eleitoral pelo presidente João Figueiredo e o PP foi incorporado ao MDB.
DR ULYSSES: ‘Lá em cima’ decepcionado com os ‘paladinos’ da moral do MDB. Na extensa lista, duas lideranças regionais: o ex-prefeito de Maracaju Maurílio Azambuja (de tornozeleira/denunciado por irregularidades) e do ex-governador Puccinelli, sofrendo nova derrota no Judiciário federal. Pior do que as sentenças é o veredito soberano da opinião pública.
PREVISÕES: Pela postura do senador Renan Calheiros na CPI da Vacina, parte do MDB ficará com Lula. Há também emedebistas se agrupando em torno de Bolsonaro; quem delire com a candidatura própria e aqueles que apostam na terceira via. Políticos profissionais experientes, eles devem esperar a hora certa para fazer um bom negócio.
ARTHUR VIRGÍLIO: Tem currículo, impressionou. É bom debatedor. Diplomata de carreira (Instituto Rio Branco), prefeito de Manaus e deputado federal por 3 mandatos cada, senador, líder do Governo FHC na Câmara e seu ministro, coordenou as campanhas presidenciais de Tancredo Neves e Mario Covas. Frase dele na coletiva em Campo Grande: “Num país onde tem democracia não há fome, não falta comida”.
DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Corrêa (PSDB): ajudou a criar programa de emissão de carteiras gratuitas de habilitação de motoristas; prorrogou, a pedido de deputados, a suspensão dos trabalhos da CPI da Energiza. José Teixeira (DEM): atento as questões ruralistas e do meio ambiente; lamenta a lentidão das obras do aeroporto de Dourados e sugere a ajuda da ministra Tereza Cristina. Lucas de Lima (Sol): tem projeto obrigando a exibição de vídeos educativos contra as drogas nos cinemas; presente ao lançamento do programa MS+Esporte; aprovado seu projeto que incentiva a propaganda de incentivo a maior vacinação anti Covid. Mara Caseiro (PSDB): atendida no pedido de asfaltamento (31 kms) da ‘Estrada da Balsinha’ em Naviraí; pede asfalto na rodovia Bandeirantes-Rio Negro; lançou a campanha ‘Lenço Solidário’ no Outubro Rosa contra o câncer de mama.
CANSAÇO: “...São muitas as razões para estarmos cansados. Na política então, estamos a ponto de ter de volta a gangue do PT porque a gangue bolsonarista parece pior agora. O Brasil vive seu ocaso político: a classe política é um lixo, a elite sempre oportunista com pitadas de solidariedade gourmet, o pensamento orgânico do PT se prepara para retomar sua hegemonia na máquina de produção de conteúdo...” (Luiz Felipe Pondé)
IMPROVÁVEL: Após a CPI assim é avaliada a chance de condenação imediata ou impeachment do presidente Bolsonaro. Tem a seu favor o procurador geral Augusto Aras e presidente da Câmara Artur Lira. Mas sem mandato, alguns destes casos desceriam para instâncias inferiores - onde promotores e magistrados revoltados com o destino da Lava Jato poderiam mudar o quadro.
ELEIÇÕES 2022: Por essa exposição sintetizada o leitor já entendeu a importância para Bolsonaro se reeleger. Sem mandato perde a blindagem, perde o cacife das barganhas. No Brasil é assim. Afinal, dos 512 deputados federais ele precisa de 342 para impedir que o pedido de impeachment prospere na Câmara. Muito? Pouco? Depende...
ERRARAM... Os ex-presidentes Collor de Mello (PRN) e Dilma Roussef (PT) jogaram equivocamente e perderam o cargo. Vale citar o caso do ex-prefeito Alcides Bernal (PP) de Campo Grande. Não teve o senso político (jogo de cintura) nas relações com a Câmara Municipal. E deu no que deu. Política exige algo mais que prestígio: habilidade.
AÇÕES PARLAMENTARES: Gerson Claro (PP): enaltece o investimento de R$120 milhões do Governo Estadual no esporte; presidiu reunião da CCJR que analisou 8 propostas; comemora a emenda de R$1850,00 mil que solicitou ao deputado federal Beto Pereira (PSDB) para a Saúde (compra de ambulância) e Educação de Sidrolândia. Pedro Kemp (PT): proposta sua dá aos trabalhadores da iniciativa pública e privada o direito de se ausentar do serviço para realizar exame da próstata. Neno Razuk (PTB): Sucesso o 1º Leilão que promoveu no dia 16 em prol da Causa Autista rendendo Cr$585.840 mil para as entidades da capital, Dourados e Naviraí. Amarildo Cruz (PT): antenado, percorreu regiões atingidas pela tempestade na capital, ouviu a comunidade e encaminhou pedidos à Agepan, Procon e Energisa para restaurar a energia elétrica e outros serviços indispensáveis a vida urbana. José C. Barbosa (DEM): aprovado na CCJR seu projeto denominando Amaro de Souza a ponte no rio Dourados na MS.274; vigilante, questionou os entraves que estão retardando o final das obras do aeroporto de Dourados.
DESGASTA? Claro, a resposta depende da ótica de análise. Por quais razões os deputados Bia Cavassa (PSDB), Luiz Ovando (PSL) e Vander Loubet (PT) votaram a favor do projeto que enfraqueceria o Ministério Público? Um tema tão debatido antes na mídia e que ganha o mesmo espaço após a derrota da proposta. Quanto aos nossos outros 5 parlamentares (contra o projeto) se livraram de um baita desgaste.
SALVAÇÃO: Para as siglas nanicas a ‘Federação dos Partidos’ seria a saída jurídica para fugir do castigo imposto pela clausula de barreira. Sem grana do Fundo Partidário e tempo na TV, caminhariam para a extinção. Embora unidos, esses partidos menores conseguirão manter suas identidades próprias. É diferente das coligações temporárias que só duram até as eleições.
LINHAS GERAIS: Essa união de nanicos não ficará restrita só a uma eleição. Precisa durar por no mínimo 4 anos, englobando a eleição presidencial, as candidaturas estaduais e as atuações na Câmara e Senado. Na pratica será difícil manter a fidelidade e a mesma posição diante dos conflitos de interesses nas bases. Proibido ser parceiro na Assembleia, Câmara, Senado e adversário no município. Aí é que serão elas!
CONVENHAMOS! Impressiona a criatividade dos nossos congressistas em encontrar soluções para problemas que possam afetá-los. É o tal corporativismo onde as diferenças partidárias e pessoais são colocadas temporariamente de lado. Quando você pensa que poderiam se regenerarem, eles retomam as velhas práticas do vale tudo. ‘Meu pirão – primeiro’.
PARLAMENTARES EM AÇÃO: Marçal Filho (PSDB): em sessão, homenageou professores, administrativos e gestores da Educação; aprovado seu projeto humanizando o atendimento as mulheres vítimas da violência; sancionada lei contra o ‘stalking’ fruto de seu projeto. Lídio Lopes (Patri): foi ao Acre em missão da Unale onde promoveu o evento da entidade em novembro em Campo Grande. Evander Vendramini (PP): alvo de elogios da sociedade pelo seu projeto contra o oferecimento de empréstimos; sua atuação em defesa do pantanal rendeu-lhe reconhecimento do Governo Estadual. Capitão Contar (PSL); Pede medidas urgentes ao Procon, Agepan e Governo; requer um canal exclusivo da Energisa para atender aos consumidores atingidos pela tempestade; pede pesagem eletrônica automatizada nas principais rodovias do MS. Antônio Vaz (Rep): feliz com aprovação de seu projeto dispondo sobre o prazo de validade do laudo médico pericial do Transtorno do Espectro Autista no âmbito do Estado. Gosta do que faz.
A FATURA: Foram R$2,3 bilhões a mais que o MS arrecadou com impostos entre janeiro e setembro. De R$9,6 bilhões em 2020 para R$11,9 bilhões; ou seja, 24% de aumento em 2021. O ICMS foi o responsável por 84,31% de todos os tributos neste período - com crescimento de 26,93% em relação ao mesmo período do ano passado.
JUSTIFICATIVA: Com a crise do Covid as pessoas não gastaram e o consumo de bens caiu. A retomada da economia em 2021e a explosão de preços do petróleo no mundo aumentaram a arrecadação do ICMS em mais de 30%. Nesta mesma esteira veio a fatura a maior (14,87%) da energia elétrica. Enfim, essa crise sanitária acabou engordando os cofres dos Estados.
NOVOS TEMPOS: Quando foi que você emitiu ou recebeu o último cheque? Cheque virou raridade. Os cartões de débito/crédito, as transferências eletrônicas e o PIX ajudam a diminuir o uso dos cheques. Outra consequência: aqueles que faturam descontando os cheques recebidos pelo comércio - antecipando a grana dos ‘pré-datados’ - tiveram o movimento reduzido.
CORREÇÃO: O candidato do PT Humberto Amaducci obteve no pleito de 2018 10,16% dos votos e não os 4% constantes na edição anterior. E a pergunta da hora: será que mantida a polarização Bolsonaro e Lula em 2022, o atual presidente repetiria os 872.049 votos (65,22%) obtidos no MS contra Fernando Haddad (PT) (465.025 votos) 34,78%?
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