Campo Grande (MS), Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025

Interior / Terenos

Justiça nega habeas corpus de prefeito de Terenos preso por corrupção

Henrique Budke (PSDB) segue afastado do cargo; processo foi encaminhado à Procuradoria-Geral de Justiça para parecer

17/09/2025

15:15

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A Justiça de Mato Grosso do Sul negou, nesta terça-feira (17), o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do prefeito afastado de Terenos, Henrique Budke (PSDB), preso desde o dia 9 de setembro durante a Operação Spotless, que apura corrupção e desvio de recursos públicos.

A decisão foi assinada pelo desembargador Jairo Roberto de Quadros, relator do agravo interno criminal. Além de indeferir a liminar, o magistrado determinou o encaminhamento do processo à Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) para manifestação dentro do prazo regimental.

Acusações e patrimônio investigado

Segundo as investigações conduzidas pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Budke teria recebido R$ 646 mil em propina entre 2021 e 2024, incluindo R$ 255 mil relativos à construção de um bloco da Escola Jamic.

A apuração aponta ainda evolução patrimonial considerada incompatível com os rendimentos do cargo: de R$ 776,2 mil em 2020 para R$ 2,46 milhões em 2024, um aumento de 318%. Parte dos valores teria sido aplicada na compra de imóveis e participação em empresas.

Um dos exemplos citados é a Resilix Ltda., na qual Budke declarou participação societária de apenas R$ 1 mil, mas cujo valor real chegaria a R$ 745,9 mil. Também foram identificadas divergências nos valores declarados e os de mercado de propriedades, como a Fazenda Ipê Amarelo, em Aquidauana.

Prisões e desdobramentos da operação

Na fase mais recente da Operação Spotless, deflagrada há duas semanas, foram presas 16 pessoas, incluindo empresários, empreiteiros e policiais suspeitos de integrar o esquema. Apenas a empreiteira Nádia Mendonça Lopes conseguiu converter a prisão preventiva em prisão domiciliar, sob justificativa de cuidar dos filhos pequenos. Os demais investigados seguem detidos.

Defesa do prefeito

Em nota, o advogado Julicezar Barbosa, responsável pela defesa de Budke, alegou surpresa com a operação e reforçou a confiança na Justiça:

“Henrique foi surpreendido com a operação, pois sempre pautou sua vida em honestidade e transparência. Pediu afastamento do cargo para poder se concentrar em sua defesa. E aguarda a evolução das apurações, depositando na Justiça a confiança de que a verdade provará sua inocência.”


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