Economia / Finanças
Como recuperar dinheiro e benefícios após a morte de um parente
Estudo mostra que herdeiros deixam de resgatar até R$ 50 mil em valores por falta de informação e organização
10/08/2025
12:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A perda de um familiar pode deixar para trás mais do que lembranças e saudade: muitas vezes, há valores e benefícios que permanecem esquecidos, sem que os herdeiros os resgatem. Um levantamento da plataforma Planeje Bem, especializada em planejamento sucessório, revela que, somente no primeiro semestre de 2025, famílias deixaram de recuperar, em média, até R$ 50 mil por falta de informação.
Segundo o estudo, feito com mais de 100 atendimentos, 70% dos casos envolvem herdeiros homens — filhos, netos ou sobrinhos que não participavam da rotina financeira do falecido. Entre os ativos mais negligenciados estão seguros de vida, saldo do FGTS, cotas do PIS/Pasep (para quem trabalhou de 1971 a 1988) e indenizações de auxílio-funeral.
“No momento da perda, a prioridade costuma ser o funeral. Depois, muitos voltam à rotina e não vão atrás dos direitos”, explica Carolina Aparicio, diretora executiva da Planeje Bem.
A advogada Laura Brito, especialista em Direito de Família e Sucessões, alerta que a desorganização documental é um dos principais obstáculos para acessar valores deixados. Ela recomenda manter uma pasta única com certidões, contratos, apólices, declaração de Imposto de Renda e informações sobre investimentos e contas bancárias.
A advogada Maria Pia Bastos-Tigre relata que, quando o avô faleceu em 2019, descobriu-se posteriormente que ele possuía seguro de vida, conta bancária e ações não declaradas no IR.
“Tivemos que revirar papéis e acessar diferentes instituições para encontrar cada valor”, relembra.
Desde então, Maria mudou a postura e passou a tratar o planejamento sucessório como tema de conversa com a família.
Além de bens físicos e financeiros, a sucessão pode incluir milhas aéreas, arquivos em nuvem, senhas de redes sociais e criptoativos. O Projeto de Lei 4/2025, em tramitação no Senado, pretende atualizar o Código Civil para definir regras de acesso a esse patrimônio digital.
“É um ato de cuidado com quem fica. Mas, mesmo com testamento, termos de uso de plataformas podem impedir o acesso”, explica Laura Brito.
RHs e sindicatos: informações sobre seguros e benefícios trabalhistas.
Contas bancárias: site do Banco Central – valoresareceber.bcb.gov.br.
Seguros de vida: consulta no site da CNseg com a certidão de óbito.
Pensão: solicitação no site ou app Meu INSS com documentos de vínculo e óbito.
DPVAT: para acidentes até 31/12/2023, pedidos na Caixa Econômica Federal.
Cartões de crédito: podem incluir seguros e auxílio-funeral — consulte o banco.
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