Campo Grande (MS), Domingo, 22 de Junho de 2025

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Brasil refém da omissão, até quando?

22/06/2025

09:15

WILSON AQUINO

WILSON AQUINO*

Vivemos tempos difíceis. Tempos em que perguntas incômodas tiram o sono de milhões de brasileiros que amam sua pátria, mas que se sentem traídos por aqueles que deveriam protegê-la. Por que as autoridades permitem que facções criminosas controlem comunidades inteiras no Rio de Janeiro e em estados do Nordeste, ditando regras, impondo medo e desafiando o poder público à luz do dia? Por que o contrabando de madeira, ouro e minerais raros da Amazônia segue impune, alimentando uma rede ilegal que inclui até mesmo ONGs estrangeiras de fachada, supostamente ambientalistas?

Por que não há um combate firme e inegociável contra essas organizações criminosas e suas ligações obscuras com setores do próprio poder público? Até quando fingiremos não ver que a soberania nacional está sendo vendida a conta-gotas, como aconteceu com uma das maiores reservas de urânio do país, entregue por míseros U$ 340 milhões a uma empresa chinesa, que agora explora também o nióbio, o estanho e outras riquezas estratégicas?

A Bíblia já advertia: “Quando os justos governam, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme” (Provérbios 29:2). E o que vemos hoje é justamente isso: um povo que geme. Geme pela insegurança, pela pobreza crescente, pela corrupção institucionalizada, pelo abandono da educação e da saúde. Geme por ver sua pátria ser desmontada moral, ética e espiritualmente.

E as universidades públicas, que deveriam ser centros de excelência, inovação e formação de líderes, transformaram-se em ambientes sucateados, com salas depredadas, corredores pichados e professores que, em vez de ensinar ciência e conhecimento, praticam militância político-partidária, doutrinando jovens em nome de uma ideologia ultrapassada. Que futuro estamos plantando para as próximas gerações?

O profeta Isaías também alertou contra governantes corruptos: “Ai dos que decretam leis injustas, dos que escrevem decretos de opressão, para privarem os pobres dos seus direitos e da justiça os aflitos do meu povo” (Isaías 10:1–2). É exatamente isso o que se vê: decretos, decisões e políticas que favorecem criminosos e o poder de poucos, em detrimento da justiça e do bem comum.

E o Judiciário? Onde está a imparcialidade e o respeito à Constituição? Por que tantos ministros decidem de forma política, parcial, ideológica, comprometendo a confiança da população em um dos pilares da democracia? Como disse o profeta Miquéias: “Os governantes pedem presentes, os juízes aceitam subornos, os poderosos impõem a sua vontade, e todos tramam juntos” (Miquéias 7:3). Um retrato que, lamentavelmente, parece ter sido feito para o Brasil de hoje.

E o povo, ah, o povo... Mantido sob rédea curta, refém de auxílios emergenciais que se tornaram permanentes. Auxílios que deveriam amparar temporariamente quem está em situação de vulnerabilidade, mas que hoje servem para manter uma massa dependente, sem estímulo para trabalhar, produzir e crescer. Isso é justiça social ou manipulação disfarçada de bondade?

Essa distorção é resultado de más intenções no poder, o que também é denunciado nas Escrituras: “Maldito aquele que fizer injustiça ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, e todo o povo dirá: Amém” (Deuteronômio 27:19). O povo brasileiro tem sido vítima de injustiças diárias, enquanto seus clamores parecem não sensibilizar aqueles que ocupam os altos cargos da República.

E o que dizer do Congresso Nacional? Deputados federais e senadores, em sua esmagadora maioria, deixaram de lado o verdadeiro papel de legislar em benefício do povo para se dedicar ao jogo do poder pelo poder. Criam leis que favorecem grupos específicos, se acovardam diante de decisões polêmicas e ignoram as dores reais da população. Muitos se escondem por trás de discursos vazios, enquanto seus gabinetes viram balcões de negócios políticos. Onde está a fiscalização, a independência entre os poderes, o zelo pela Constituição? A verdade é que muitos parlamentares só estão ali para garantir reeleição, foro privilegiado e benesses, não para servir à Nação.

Essas e tantas outras perguntas ecoam em cada lar, em cada cidadão honesto que observa o Brasil afundar, mesmo sendo um país rico. Uma nação que poderia ser referência mundial na produção de alimentos, energia limpa, biodiversidade e desenvolvimento sustentável. Um país capaz de produzir três safras de grãos por ano, com um povo trabalhador, um clima abençoado e recursos naturais abundantes. Mas que permanece estagnado, amarrado à corrupção, à ideologia, ao populismo barato e à incompetência institucionalizada.

Até quando aceitaremos esse destino? Até quando ficaremos calados, enquanto a soberania nacional escorre entre os dedos por causa da ganância de poucos? É hora de despertar. De romper com o ciclo vicioso de apatia, ignorância e corrupção que corrói nossas instituições e impede o verdadeiro progresso. Precisamos entender que política é, sim, da nossa conta. Que o voto não pode ser moeda de troca. Que dignidade não se vende por favores.

O Brasil precisa de brasileiros conscientes, corajosos e dispostos a mudar essa história. Que saibam escolher representantes comprometidos com o bem comum, e não com interesses de grupos ou ideologias. Que exijam transparência, justiça, trabalho sério e respeito à pátria. O futuro do nosso país está em jogo. E ele será o reflexo direto das escolhas que fizermos hoje.


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