A professora Deumeires Morais foi eleita, nesta segunda-feira (2), presidenta da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) com mais de 80% dos votos válidos. Em um pleito que mobilizou os 74 sindicatos municipais filiados, a eleição teve votação das 8h às 18h em todo o Estado. A nova diretoria, que também contará com o professor Onivan Correa na vice-presidência, será empossada em julho de 2025.

Vitória com respaldo da base sindical

A Chapa 1, encabeçada por Deumeires, venceu com ampla margem, consolidando uma plataforma centrada na valorização do magistério, realização de concursos públicos, e luta contra terceirizações e cortes orçamentários. Segundo a presidenta eleita:

“O que ganha eleição é o trabalho feito com seriedade e a presença junto à base. A confiança dos trabalhadores mostra a força de quem está na luta”.

Deumeires: trajetória de enfrentamento e conquista

Aos 59 anos, natural de Tupi Paulista (SP) e radicada em Dourados (MS) desde os anos 1980, Deumeires tem formação em Ciências e Matemática, com pós-graduação em Gestão Escolar. Iniciou a carreira docente em 1987 e protagonizou, ainda como contratada, uma vitória judicial que garantiu licença-maternidade para professoras temporárias — até então negada.

“Aprendi cedo que só a união nos protege. Foi o sindicato que me apoiou quando mais precisei”, relembra.

Prioridades da nova gestão da Fetems

A plataforma apresentada por Deumeires Morais e sua equipe inclui as seguintes reivindicações:

• Novo concurso público para professores e administrativos

• Equiparação salarial entre efetivos e convocados

• Cumprimento da Lei do Piso (Lei nº 11.738/2008), com jornada e carreira

• Revogação dos 14% de desconto nos salários de aposentados

• Rejeição à terceirização e privatização da educação pública

• Aprovação de um piso nacional para administrativos da educação

Piso do magistério: luta contra o descumprimento da lei

No fim de maio, a Fetems divulgou ranking estadual que mostra o não cumprimento do Piso Nacional do Magistério em diversos municípios sul-mato-grossenses. O valor mínimo legal para 2025 é de R$ 4.867,77.

A entidade cobra o pagamento retroativo a 1º de janeiro, respeito ao 1/3 de hora-atividade e planos de carreira compatíveis com a formação docente — em consonância com a Meta 17 do Plano Nacional de Educação, que visa equiparar os salários dos professores aos de outras carreiras com a mesma escolaridade.

Escola pública sob ataque: a resposta é resistência

A eleição da nova presidenta acontece em um contexto nacional de desmonte da educação pública, com terceirizações, cortes de verbas, militarização de escolas e tentativas de privatização disfarçada.

“A Fetems é trincheira em defesa de uma escola pública, gratuita, laica e de qualidade social. Nossa luta é coletiva”, afirma Deumeires.

Um novo ciclo de luta sindical e valorização

A eleição de Deumeires Morais representa uma renovação na liderança da Fetems, com experiência de base e espírito de militância ativa. Sua gestão será avaliada não apenas pela interlocução institucional, mas pela capacidade de mobilização e vínculo com a categoria.

“Entre o chão da escola e a luta sindical, é essa força que trago comigo. A nossa vitória é de quem acredita que a educação muda vidas”.