Agropecuária / Comércio Exterior
MS recebe reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação
Certificação foi concedida em evento da OMSA, em Paris, e abre novas portas para exportação da carne sul-mato-grossense
29/05/2025
09:15
DA REDAÇÃO
Reconhecimento internacional de saúde dos rebanhos, feito esta manhã, deve abrir novos mercados para carne de MS (Foto: Divulgação Semadesc)
Mato Grosso do Sul conquistou, nesta quarta-feira (29), o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação, status concedido durante a 92ª Sessão Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizada em Paris, na França. O feito representa um marco para a pecuária do Estado e impulsiona sua competitividade no mercado global.
A delegação brasileira foi liderada pelo secretário Jaime Verruck (Semadesc), e contou com a presença da senadora Tereza Cristina (PP-MS), do presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, do deputado estadual Paulo Corrêa, do secretário-executivo Rogério Beretta, e do diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold. Técnicos da área sanitária também participaram da cerimônia.
“Esse reconhecimento eleva a pecuária sul-mato-grossense a um novo patamar. Já tínhamos excelência em qualidade, agora temos um status internacional que nos abre novos mercados”, celebrou Verruck, que gravou um vídeo em frente à Torre Eiffel destacando a conquista.
Desde 2005, quando o Estado registrou o último caso da doença, houve uma mobilização intensa para fortalecer a vigilância sanitária e eliminar a necessidade de vacinação. Em 2023, Mato Grosso do Sul suspendeu oficialmente a imunização do rebanho, após o reconhecimento nacional pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“Cumprimos rigorosamente os protocolos internacionais. Esse reconhecimento da OMSA comprova a eficácia da parceria entre os setores público e privado”, reforçou o secretário.
O Governo do Estado investiu R$ 543 milhões desde 2018 em ações para garantir o status sanitário. Os recursos foram aplicados em:
Reforço no efetivo de fiscalização e vigilância animal
Manutenção e ampliação de protocolos sanitários (R$ 243 milhões)
Renovação da frota de veículos de campo (R$ 22 milhões)
Modernização do sistema eSaniagro (R$ 65 milhões)
Além de MS, outros 20 estados brasileiros e o Distrito Federal também receberam o mesmo reconhecimento. Antes, apenas Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e Mato Grosso tinham o selo internacional.
A conquista também é simbólica após episódios em que a qualidade da carne brasileira foi contestada no exterior. Tereza Cristina e Marcelo Bertoni foram recentemente à sede da Comunidade Europeia, em Bruxelas, onde solicitaram uma investigação contra grandes redes varejistas, como o Carrefour, por declarações consideradas prejudiciais à imagem da carne nacional.
Com o novo status sanitário, Mato Grosso do Sul poderá ampliar suas exportações de proteína animal, alcançando mercados mais exigentes, como Japão, Coreia do Sul e União Europeia, que antes impunham restrições a produtos oriundos de áreas com vacinação contra a aftosa.
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