Campo Grande (MS), Domingo, 04 de Maio de 2025

Política / Justiça

Perícia em celulares reforça indícios de venda de sentenças no TJMS, aponta PF

Investigação revelou transações em dinheiro vivo, mensagens comprometedoras e uso de valores ilícitos por desembargador Alexandre Bastos

03/05/2025

18:50

G1

DA REDAÇÃO

©REPRODUÇÃO

Relatório da Polícia Federal (PF) aponta que a perícia realizada em celulares apreendidos durante a Operação Ultima Ratio reforça as suspeitas de um esquema de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Entre os aparelhos analisados está o do desembargador Alexandre Bastos, investigado por movimentações financeiras suspeitas e uso de dinheiro em espécie sem origem comprovada.

Investigação aponta uso de dinheiro vivo para compra de bens

Segundo a PF, mensagens trocadas por Bastos com assessores e familiares, além de comprovantes bancários analisados, mostram que o magistrado utilizou grandes quantias em dinheiro vivo para despesas pessoais, incluindo a aquisição de um carro de luxo. Entre 2022 e 2024, ele teria movimentado R$ 276 mil em espécie, sendo que R$ 219 mil não têm origem identificada.

De acordo com o relatório, os valores são possivelmente oriundos de práticas ilícitas, associadas à venda de decisões judiciais. A defesa do desembargador foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até a última atualização.

Detalhes da Operação Ultima Ratio

A Operação Ultima Ratio foi deflagrada em outubro de 2024, com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Dois dias após a deflagração, o caso passou à responsabilidade do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante as buscas, a PF apreendeu mais de R$ 3 milhões em espécie, sendo R$ 2,7 milhões localizados em uma única residência. Também foram encontradas diversas armas de fogo em posse dos investigados.

Crimes investigados pela PF

As investigações da PF, que duraram três anos, apuram a atuação de um grupo de magistrados em práticas como:

  • Venda de sentenças judiciais

  • Corrupção ativa e passiva

  • Lavagem de dinheiro

  • Extorsão

  • Falsificação de documentos

A origem do nome "Ultima Ratio"

A operação recebeu o nome de “Ultima Ratio”, expressão latina que representa o princípio jurídico segundo o qual a Justiça deve ser o último recurso do Estado para conter a criminalidade, acionado quando todos os demais mecanismos legais falham.


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