Economia / Construção Civil
Minha Casa Minha Vida impulsiona construção em Campo Grande, mas empresários ainda reclamam
Com obras estruturais em retração e juros elevados, programa habitacional sustenta crescimento do setor
28/04/2025
17:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O programa Minha Casa Minha Vida voltou a impulsionar o mercado imobiliário em Campo Grande no primeiro trimestre de 2025, registrando crescimento expressivo no número de unidades lançadas e vendas, após anos de estagnação. A retomada foi intensificada com a criação da faixa 4, que ampliou o atendimento para imóveis de até R$ 500 mil, incluindo a classe média.
Dados do Sinduscon-MS
Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (28) pelo Sinduscon-MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul), foi apresentado o desempenho do programa na capital:
572 unidades lançadas no 1º trimestre de 2025, contra nenhuma no mesmo período de 2023.
348 unidades vendidas neste ano, ante 169 registradas em 2024.
O especialista em inteligência de mercado da Brain, Lucas Lira Finoti, atribuiu a recuperação ao reajuste nos valores dos imóveis e faixas de renda do programa, além da nova faixa 4.
“Existe uma força importante do Minha Casa Minha Vida puxando o mercado, principalmente com imóveis de até R$ 500 mil entrando no programa”, destacou.
Juros altos ainda são desafio
Apesar da recuperação no segmento habitacional, o presidente do Sinduscon-MS, Kleber Recalde, alertou que o restante do mercado imobiliário ainda enfrenta dificuldades, especialmente devido às taxas elevadas de juros.
“O Minha Casa Minha Vida é menos afetado pela alta dos juros, pois conta com linhas de crédito especiais. Já o financiamento tradicional pelo SBPE ficou mais caro, dificultando o acesso a imóveis fora do programa”, explicou Recalde.
Participação de Mato Grosso do Sul no Centro-Oeste
No contexto regional, Mato Grosso do Sul concentra apenas 16,60% dos 26.752 estabelecimentos da construção civil no Centro-Oeste, somando 4.440 unidades. Goiás lidera o setor com 39,22%, seguido por Mato Grosso (26,25%) e o Distrito Federal (17,93%).
Queda nas obras estruturais após eleições
Se por um lado o setor residencial se mantém forte, o segmento de obras estruturais sofre retração típica de anos pós-eleitorais. Segundo a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, o fim dos mandatos municipais provoca reprogramações e relicitações, resultando em desaceleração.
Em Campo Grande, o saldo de empregos em obras públicas despencou 284,57% entre 2023 e 2024, passando de 188 vagas positivas para 347 postos fechados, conforme dados do Novo Caged.
Construção de edifícios sustenta empregos
Apesar da crise nas obras públicas, a construção de edifícios residenciais ajudou a manter o saldo positivo no emprego. O número de trabalhadores com carteira assinada na construção civil em Campo Grande cresceu 3,82% entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, saltando de 13.550 para 14.068 trabalhadores.
No estado, o primeiro bimestre de 2025 registrou 1.641 novas vagas, puxadas principalmente pela construção de edifícios, que gerou 821 novos postos de trabalho.
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