Polícia / Justiça
Mãe acusa GCM de execução e remoção de provas após morte de jovem em Campo Grande
Gabriel Azevedo foi morto com dois tiros por guarda da Romu; DVR de câmera de segurança teria sido retirado do local
18/04/2025
12:30
CGN
DA REDAÇÃO
Movimentação de guardas no local onde Gabriel morreu (Foto: Osmar Veiga)
A morte de Gabriel Willian Cardoso de Azevedo e Silva, conhecido como "Zoio de Gato", durante uma abordagem da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em Campo Grande, gerou forte comoção e denúncias graves de abuso policial. O caso ocorreu no fim da tarde desta quinta-feira (17), no Bairro Aymoré, e está sendo investigado pela Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes).
A mãe do jovem, Claudineia Barbosa, 43 anos, professora, acusa os agentes de execução sem confronto, entrada irregular na residência e remoção de provas — incluindo o equipamento DVR, que armazenava as imagens das câmeras de segurança instaladas na casa da vítima.
“Na casa do meu filho tinha câmera. Eles arrancaram o DVR. Levaram a verdade embora”, afirmou Claudineia.
Segundo o relato de Claudineia, o filho foi baleado na perna dentro de casa, tentou fugir e foi novamente atingido, dessa vez no peito, já na rua. Ela afirma que não houve confronto e que testemunhas confirmaram que Gabriel não estava armado:
“Chamaram ele pelo nome e atiraram. Ele correu com medo. Isso não é justiça, é execução”, denunciou.
“Falaram que meu filho tinha arma. Eu não sei. Mas sei que ele não atirou. Ele não teve chance.”
A mãe também questiona a presença de um guarda fora de serviço no momento da ação:
“Quero saber o que um guarda fora de serviço fazia entrando armado, sem mandado, na casa do meu filho.”
Gabriel foi levado à UPA Universitária, mas, segundo Claudineia, já chegou sem vida e sem marcas de atendimento médico: “Fui eu quem ajeitei o corpo dele.”
A Sesdes confirmou que o disparo foi feito por um agente da Romu (Ronda Ostensiva Municipal), que estava de folga e usava veículo particular. Segundo nota oficial, o guarda avistou Gabriel — que usava tornozeleira eletrônica — com uma sacola e uma arma visível na cintura. Ao tentar abordá-lo, o jovem teria fugido e, em seguida, apontado a arma para o agente.
O agente reagiu com dois disparos, alegando legítima defesa. Após o ocorrido, a própria equipe da Romu e a Polícia Militar foram acionadas. Dentro da sacola, os agentes teriam encontrado grande quantidade de substância semelhante ao crack.
Ainda de acordo com a secretaria, Gabriel tinha passagens por tráfico de drogas e violência doméstica.
O corpo de Gabriel está sendo velado nesta sexta-feira (18), na capela do cemitério Memorial Park, em Campo Grande. A cerimônia de despedida, iniciada às 7h30, reúne familiares e amigos visivelmente abalados. O sepultamento está previsto para as 16h30.
A Sesdes informou que abriu um procedimento administrativo interno para apurar a conduta dos agentes envolvidos. A Polícia Civil também deve conduzir investigação paralela.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Confira seu astral para este sábado, 19
Leia Mais
Tempestade atinge 65 cidades de MS com alerta de perigo neste sábado
Leia Mais
Senador Nelsinho Trad prestigia encenação da Paixão de Cristo em Aquidauana e destaca força da fé e das raízes familiares
Leia Mais
UFMS abre concurso público com 48 vagas para técnico-administrativo e salários de até R$ 4 mil
Municípios