Campo Grande (MS), Quarta-feira, 16 de Abril de 2025

Política / Servidores Públicos

Escalonamento proposto pela Prefeitura frustra servidores e adia votação de reajuste em Campo Grande

Câmara reconhece desgaste e sindicatos cobram cumprimento de acordo que previa teto de R$ 35 mil e pagamento integral

15/04/2025

18:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A proposta de escalonamento salarial apresentada pela prefeita Adriane Lopes (PP) gerou frustração entre categorias do funcionalismo municipal e provocou desgaste nas negociações conduzidas nos últimos meses. O novo plano atinge 474 servidores, incluindo a vice-prefeita, secretários municipais e dirigentes de autarquias, com impacto estimado em R$ 90 milhões por ano aos cofres públicos.

O tema, que vinha sendo tratado com a mediação da Câmara Municipal de Campo Grande, agora depende de novo entendimento entre Executivo e servidores para ser votado. A proposta poderá ir à pauta na sessão da próxima terça-feira (22), caso haja consenso.

Servidores criticam mudança de última hora

Após 14 anos com salários congelados, categorias como auditores fiscais, professores e servidores da Saúde esperavam o cumprimento integral do reajuste definido na Lei nº 7.006/2023, com teto de R$ 35 mil. O recuo da Prefeitura, a poucas horas da sessão da última terça-feira (15), gerou forte insatisfação.

“Havia expectativa de que Câmara e Prefeitura cumpririam o que foi acertado: o teto e o pagamento integral. Mas isso não aconteceu”, lamentou Jaqueline Tessari Brito, presidente do Sindafis, que representa auditores fiscais de atividades urbanas.

O Sindafir (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Municipal) também se manifestou. O presidente Inácio Leite defendeu que a população tende a rejeitar reajustes para agentes políticos, mas lembrou que a maioria dos afetados é composta por servidores concursados, que aguardam valorização há mais de uma década.

“O cidadão não quer aumento para político. Mas os fiscais e auditores estão há 14 anos com o salário congelado. É uma pauta de justiça”, destacou Leite.

Câmara cobra coerência do Executivo

O presidente da Câmara, vereador Epaminondas Neto (Papy), reconheceu o desgaste provocado pela mudança repentina de estratégia da Prefeitura.

“Foram dois meses de diálogo, reuniões no Ministério Público e construção de um acordo sólido. A proposta de escalonamento surgiu de última hora. Isso deveria ter sido discutido desde o início”, afirmou Papy.

A proposta de Adriane foi entregue após reunião com o presidente da Câmara, no dia 14. Contudo, horas antes da sessão do dia 15, a prefeita passou a defender o parcelamento do reajuste, surpreendendo os vereadores e as lideranças sindicais.

Caminho ainda é o diálogo, dizem vereadores

Apesar da frustração, o líder do Executivo na Câmara, vereador Beto Avelar (PP), disse acreditar em uma solução nos próximos dias.

“Se houver acordo entre sindicatos e Prefeitura, acredito que o presidente pautará o projeto para terça-feira”, afirmou Avelar.

Até lá, as categorias devem se reunir internamente para avaliar a nova proposta. A expectativa é de que uma posição conjunta seja apresentada até o início da próxima semana, viabilizando a continuidade da votação.


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