Cotidiano / Campo Grande
Motoentregadores paralisam atividades em Campo Grande por valorização e melhores condições de trabalho
Mobilização inclui motociata e adesivagem com concentração no Círculo Militar; entregadores exigem aumento da taxa mínima e reajuste por quilômetro
30/03/2025
11:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Motoentregadores de Campo Grande iniciam nesta segunda-feira (31) uma paralisação de dois dias como parte de um movimento nacional de reivindicação por valorização profissional e melhores condições de trabalho. A ação será repetida na terça-feira (1º), com motociatas e atos públicos programados em diferentes pontos da cidade.
Apesar da mobilização nacional, o Sinpromes (Sindicato dos Profissionais Motociclistas Entregadores do Estado de Mato Grosso do Sul) informou que não aderirá oficialmente ao protesto. Ainda assim, organizadores locais afirmam que mais de 400 entregadores já confirmaram participação no ato.
A concentração do movimento começa às 9h30 no Círculo Militar. Os manifestantes sairão em motociata pela Avenida Afonso Pena, passando pelo Shopping Campo Grande até a Praça do Rádio Clube, onde ocorrerá a primeira manifestação. À noite, às 19h, haverá nova saída da praça em direção ao Círculo Militar, com retorno pelo mesmo trajeto.
A pauta do movimento inclui uma série de mudanças no modelo atual praticado pelas plataformas de entrega, com foco principal no iFood. Os trabalhadores argumentam que os ganhos estão cada vez menores, enquanto os lucros das empresas crescem.
Entre os principais pedidos, estão:
Aumento da taxa mínima de R$ 6,50 para R$ 10 por entrega
Reajuste no valor por quilômetro, de R$ 1,50 para R$ 2,50
Redução do tempo de espera no restaurante de 15 para 10 minutos
Aumento da taxa de espera, de R$ 0,10 para R$ 0,20
Rota máxima de 3 km para entregadores de bicicleta
Fim da coleta dupla (quando o entregador pega dois pedidos ao mesmo tempo sem repasse proporcional)
Suporte presencial e pontos de apoio para entregadores em Campo Grande
Promoções em feriados e dias de clima extremo
Entrega de kits gratuitos, como bags, bonés, camisas e maquininhas
Repasse integral de taxas por pedido em casos de rota dupla
“Estamos fazendo a paralisação por melhorias para nós mesmos. Seria bom se 100% da categoria parasse”, afirmou Fernando Silva, entregador há um ano na Capital.
Os trabalhadores alegam que não possuem direitos trabalhistas básicos, como férias, 13º salário ou plano de saúde, e reivindicam maior reconhecimento e respaldo das plataformas. Até o momento, a empresa iFood não se manifestou sobre o movimento em Campo Grande. O espaço segue aberto para resposta.
Segundo material de divulgação dos organizadores:
“Os trabalhadores de aplicativo rodam sem direitos, ganhando cada vez menos enquanto as empresas lucram bilhões. É hora de lutar por reajustes justos e melhores condições de trabalho”.
A expectativa dos organizadores é que o movimento chame atenção da sociedade e das plataformas digitais para a precarização do trabalho dos entregadores. Em outras capitais, mobilizações semelhantes têm pressionado empresas a reverem políticas e oferecerem novos canais de diálogo.
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