Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

PESQUISA

Dakila Pesquisas investiga Caminho do Peabiru em Santa Catarina com apoio de especialistas

Expedição utiliza tecnologia avançada e reúne pesquisadores para desvendar mistérios do antigo sistema de trilhas sul-americano

28/11/2024

07:16

ASSECOM

DA REDAÇÃO

A pesquisadora Beatriz, o escritor Isaque de Borba, o presidente de Dakila Pesquisas, Urandir F Oliveira e a professora Fátima Vieira

A equipe do Ecossistema Dakila, liderada por seu presidente, Urandir Fernandes de Oliveira, realizou a primeira expedição dedicada a investigar o Caminho do Peabiru em Santa Catarina. O projeto contou com a colaboração de especialistas como os historiadores André Rockenbach, da Brasil Primitivo, e Henrique Khune, além do escritor Isaque de Borba Corrêa, o montanhista Douglas Schon e a professora universitária Fátima Vieira.

O Caminho do Peabiru: história e mistério

O Caminho do Peabiru era uma vasta rede de trilhas que conectava o Atlântico ao Pacífico, atravessando regiões estratégicas da América do Sul. Utilizado por diferentes povos indígenas antes da chegada dos colonizadores, o caminho tinha grande importância comercial e cultural, facilitando a troca de mercadorias como penas, mel, sementes e outros produtos.

O nome "Peabiru" deriva do guarani "py’ahíru", que significa "caminho que leva à riqueza" ou "caminho da terra sem mal", refletindo a relevância simbólica e econômica dessas rotas. Mais tarde, os jesuítas o associaram a narrativas religiosas, chamando-o de "Caminho de São Tomé", com a ideia de que o apóstolo teria passado por essas terras.

“O Peabiru é um símbolo de integração cultural. A ideia de que São Tomé poderia ter trilhado esse caminho dá um significado místico e histórico à rota”, comentou o escritor Isaque de Borba Corrêa, estudioso dos mistérios do Peabiru.

Contribuições tecnológicas e científicas

Um dos destaques da expedição foi a utilização da tecnologia LiDAR (Light Detection and Ranging), capaz de realizar mapeamentos tridimensionais detalhados, mesmo em áreas densamente cobertas por vegetação. "Com o LiDAR, conseguimos enxergar detalhes no terreno que antes seriam invisíveis, possibilitando identificar traços ocultos de caminhos antigos", explicou Urandir Fernandes de Oliveira.

Urandir Fernandes de OliveiraDouglas Schon, montanhista e especialista em topografia, mapeou potenciais trechos da trilha, enquanto Beatriz Campos, pesquisadora do Ecossistema Dakila, destacou a importância de explorar a verdadeira história dos povos antigos. "Estamos desvendando segredos que remontam ao início da civilização, contribuindo para a compreensão da história humana", afirmou.

Envolvimento comunitário e resultados esperados

A diretora de pesquisas de Dakila, Fernanda Lima, enfatizou a importância da participação dos catarinenses na pesquisa: “Receber sugestões e acompanhar o interesse do público tem enriquecido nosso trabalho. Essa troca de informações é essencial para o avanço das investigações.”

A expedição busca não apenas identificar possíveis trechos do Caminho do Peabiru, mas também promover a valorização cultural e histórica da região, além de incentivar futuras descobertas. O historiador André Rockenbach resumiu o impacto da iniciativa: “Esse trabalho é fundamental para aproximar a humanidade da realidade histórica, oferecendo uma nova perspectiva sobre nossas origens.”


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