O carro que explodiu na Praça dos Três Poderes na noite desta quarta-feira (13) pertencia a Francisco Wanderley Luiz, natural de Santa Catarina. Uma hora antes da explosão, ele fez uma publicação nas redes sociais com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes das duas Casas do Congresso Nacional.

Em seu perfil no Facebook, Luiz reproduzia teorias conspiratórias anticomunistas como o QAnon, populares na extrema direita americana. Esses tipos de teorias têm ganhado força entre grupos radicais no Brasil e são frequentemente associadas a movimentos que pregam ações contra as instituições democráticas.

Luiz já tinha um histórico de envolvimento com a política e movimentos de extrema direita. Em 2020, ele foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, partido atualmente alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante sua campanha e em outras ocasiões, Luiz se posicionou contra o que chamava de "ameaças comunistas", frequentemente usando retórica violenta e inflamatória em redes sociais.

Na postagem feita uma hora antes da explosão, Luiz usou palavras de ordem e mencionou "lutar contra o sistema", afirmando que a explosão era uma "resposta à opressão". Ele também fez referências indiretas à tentativa de golpe ocorrida no dia 8 de janeiro de 2023, que envolveu a invasão de prédios públicos em Brasília.

Além de ataques ao STF, Luiz também criticou duramente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. Ele alegava que essas instituições eram responsáveis por "oprimir a liberdade do povo brasileiro". As autoridades já haviam registrado atividades suspeitas em seu perfil, mas a explosão da noite de quarta-feira pegou todos de surpresa pela gravidade e pelo potencial de destruição.

A Polícia Federal já iniciou uma investigação sobre o caso, tratando-o como um atentado terrorista. Foram encontradas mensagens de Luiz em grupos de aplicativos de mensagem incentivando atos de violência e convocando pessoas para "defender o Brasil". Até o momento, não há informações sobre cúmplices, mas as investigações continuam para identificar possíveis ligações e redes de apoio.

Os especialistas em segurança apontam que a explosão na Praça dos Três Poderes é um exemplo alarmante da radicalização que ocorre nas redes sociais. Eles alertam que a disseminação de desinformação e teorias da conspiração têm o potencial de transformar discursos em atos violentos, colocando em risco a segurança de pessoas e instituições.