SAÚDE
Nova variante "mais transmissível" da covid-19 é registrada em três estados do Brasil
Fiocruz identifica a linhagem "Xec", uma recombinação genética entre cepas, em Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina
13/10/2024
17:00
CGN
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Uma nova variante do vírus Sars-CoV-2, causador da covid-19, foi identificada em três estados brasileiros, segundo informações da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A linhagem, chamada "Xec", foi detectada em amostras coletadas entre agosto e setembro de 2024 e analisadas na última semana por pesquisadores da fundação. A nova variante faz parte da família Omicron, já conhecida por sua capacidade de rápida disseminação.
De acordo com a virologista Paola Resende, dados de outros países indicam que a "Xec" pode ser mais transmissível em comparação a outras variantes da mesma família. "É importante observar como essa variante vai se comportar no Brasil. O impacto pode ser diferente aqui, pois a memória imunológica da população varia entre os países", afirmou a especialista.
O primeiro caso da nova linhagem foi registrado no Rio de Janeiro, seguido por São Paulo e Santa Catarina. Embora a variante esteja em fase inicial de monitoramento no Brasil, a OMS (Organização Mundial da Saúde) já classificou a Xec como uma variante sob monitoramento. Isso significa que os primeiros sinais de crescimento e comportamento do vírus estão sendo observados, mas ainda não há dados suficientes para determinar a real gravidade ou o impacto dessa nova linhagem.
A Fiocruz explicou que a variante Xec surgiu por meio de uma recombinação genética. Esse processo ocorre quando uma pessoa é infectada por duas cepas diferentes do vírus simultaneamente, resultando em uma nova linhagem com características combinadas de ambas. A recombinação genética é um fenômeno relativamente comum em vírus de RNA, como o Sars-CoV-2, e pode levar ao surgimento de variantes com maior capacidade de transmissão ou resistência a imunizações anteriores.
A chegada da nova variante ao Brasil acende o alerta das autoridades de saúde. Embora ainda seja cedo para prever o impacto exato da Xec, o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais de saúde estão intensificando o monitoramento dos casos e reforçando a importância das medidas preventivas, como o uso de máscaras em ambientes fechados e a vacinação de reforço contra a covid-19.
A Fiocruz e outras instituições científicas estão acompanhando de perto a evolução da variante, coletando dados sobre sua transmissibilidade, gravidade dos casos e possível resistência à imunidade gerada pelas vacinas disponíveis. Até o momento, não há evidências de que a nova variante cause formas mais graves da doença, mas especialistas recomendam cautela e a continuidade das campanhas de vacinação.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Brasil registrou 11.757 casos de covid-19 em 2024, com 116 mortes atribuídas à doença. Na 40ª semana de monitoramento, foram confirmados 152 novos casos.
Especialistas alertam para o risco de uma nova onda de infecções, especialmente com a circulação de variantes mais transmissíveis, como a Xec. "É crucial que a população mantenha as medidas de proteção, principalmente as pessoas pertencentes aos grupos de risco", ressaltou um representante da SES.
A vacinação continua sendo a principal ferramenta para combater a propagação do vírus e suas variantes. Com as doses de reforço já disponíveis, as autoridades de saúde incentivam que todos os grupos elegíveis completem o esquema vacinal para garantir maior proteção contra a covid-19 e suas variantes, como a Xec.
Até o momento, os cientistas estão realizando estudos para avaliar a eficácia das vacinas atuais contra a nova linhagem. No entanto, a alta taxa de vacinação no Brasil, com um grande percentual da população vacinada ou previamente exposta ao vírus, pode contribuir para mitigar os impactos da variante.
A comunidade científica continuará monitorando de perto a evolução da Xec e a situação epidemiológica no Brasil, com o objetivo de garantir uma resposta rápida e eficaz à pandemia em constante evolução.
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