Campo Grande (MS), Terça-feira, 13 de Maio de 2025

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Presidente da Federação de Futebol de MS sai preso de casa

Cezário foi levado para a delegacia; além dele, outros quatro presos na operação estão na Depac Cepol; os nomes ainda não foram divulgados

21/05/2024

11:13

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Ana Lívia Tavares, Osvaldo Nóbrega e Geisy Garnes

Francisco Cezário, presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), preso durante operação Cartão Vermelho, do Gaeco, em Campo Grande (Foto: Mateus Nunes)

O presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário de Oliveira, deixou a sua casa, na manhã desta terça-feira (21), dentro de uma viatura descaracterizada do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Ele é um dos sete alvos da operação Cartão Vermelho com mandado de prisão preventiva decretada.

Os policiais chegaram a casa do presente de entidade nas primeiras horas do dia e só saíram do local por volta das 9h50.

Cezário é advogado e por isso, toda a busca em sua casa foi acompanhada Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados de Seccionais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Assim que deixou o endereço, foi levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, na região do Bairro Tiradentes, onde deve prestar depoimento. A expectativa, que é depois de todo o procedimento policial, Cezário seja levado para o Presídio Militar Estadual, onde há uma ala específica para advogados.

Essa transferência ainda não foi confirmada.

André Borges, advogado da Federação e de Cezário, informou que não teve acesso a ordem de prisão, mas considerou a medida “extrema”. Falou também que o cliente nega as acusações.

“Defesa ainda não tem ciência das razões da operação e da prisão; o que se adianta é que a lei prevê ser essa uma medida muito drástica, sempre devendo ser evitada”.

Cezário está no sétimo mandato como presidente da federação. Ele assumiu pela primeira vez em 1998. A última eleição aconteceu em 2022 e garantiu a ele o comando da entidade até 2027. Ao longo de todo esse tempo, ele deixou o posto apenas desde para assumir o cargo de prefeito de Rio Negro – de 2001 a 2004.

Outras prisões

Além do presidente da entidade, outros quatro presos na operação estão na Cepol. Os nomes ainda não foram divulgados.

Ao todo, sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça-feira nas cidades de Campo Grade, Dourados e Três Lagoas.

Na ação desta manhã, os policiais do Gaeco apreenderam mais de 800 mil reais em dinheiro, além de uma arma e munições, que o rendeu a prisão em flagrante de um dos investigados. Não há informações na casa de quem os valores e o armamento foram encontrados.

Esquema de corrupção

Segundo o Gaeco, em 20 meses de investigação, as equipes identificaram a existência de um grupo dentro da Federação que desviava valores recebidos do governo do estado – por meio de convênio, subvenção ou termo de fomento – e até mesmo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Para isso, os investigados sacavam dinheiro em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. Os valores retirados eram sempre menores que R$ 5 mil, uma “manobra” para não alertar os órgãos de controle.

Depois, os valores sacados eram divididos entre os integrantes do esquema.

Ao longo das investigações, a organização criminosa realizou mais de 1.200 saques, que ultrapassaram R$ 3 milhões de desvio.

Também foi identificado um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo estado em jogos do Campeonato Estadual de Futebol. O mesmo se repetia em outros estabelecimentos.

Conforme o Gaeco, os estabelecimentos recebiam “altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul” e depois tinham que devolver para os integrantes do esquema parte dos valores. Em 4 anos e cinco meses, o grupo desviou mais de R$ 6 milhões.

Em nota, a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) afirmou que não é investigada pela operação, mas que acompanha os desdobramentos.

“Sobre os questionamentos de que as denúncias da operação Cartão Vermelho apontam supostos desvios de recursos oriundos da Fundesporte, esclarecemos que a mesma não é alvo da referida operação e, em tempo, acompanha as investigações e espera que as denúncias sejam apurados no rigor da lei”.

Nota Fundesporte

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