02 DE ABRIL DIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO
Empatia: o que não fazer com crianças autistas
02/04/2023
18:00
ASSECOM
Reprodução/Twitter @minsaude
A ONU (Organização das Nações Unidas) declarou a data de 2 de abril, em 2007, como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. O dia e o mês têm como intuito levar informação sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), visando assim diminuir discriminação e preconceito. Se você convive ou mesmo se não é próximo de uma criança com TEA é importante saber quais comportamentos e condutas não devem ser feitos com elas.
Vale ressaltar que algumas condutas, mesmo que bem-intencionadas, realizadas por pais ou pessoas próximas podem desencadear problemas emocionais, cognitivos e prejuízos no desenvolvimento.
A desinformação é ainda o maior empecilho para que a criança com TEA se desenvolva da maneira mais saudável possível, pois as pessoas que não compreendem suas particularidades ou desconhecem as questões sobre o autismo, podem acabar afetando negativamente a vida dela através de condutas equivocadas. Além disso, existem algumas intervenções que podem interferir no tratamento por divergirem da lógica terapêutica.
Algumas dicas do que não fazer e como ter empatia com essas crianças implicam em não querer que a criança deixe de ser autista. O autismo é uma condição e não tem cura. Apesar de não ser uma doença em si, o autismo é um transtorno que apresenta alguns desafios que variam de pessoa para pessoa e predispõe a desajustes sociais por inadequações de convívio. Assim, além do manejo clínico, o TEA possui tratamentos que visam a melhoria da qualidade de vida através da prática de hábitos positivos e da promoção do desenvolvimento da cognição infantil.
Saber lidar e estimular a criança e pessoas em sua volta traz vários benefícios. Portanto, pressioná-lo só fará com que ele se sinta ameaçado, podendo, inclusive, causar estresse, medo, ansiedade e outros fatores que são negativos para o desenvolvimento de suas habilidades sociais.
Outra dica é evitar rotinas estressantes e exageradas. As pessoas com TEA geralmente não possuem o mesmo limiar de tolerância em comparação com as que não são autistas. Além disso, em meio a tratamentos, intervenções terapêuticas e obrigações escolares, a rotina do pequeno tende a ficar estressante. Organizar uma rotina bem estruturada e definida, que se adeque às necessidades biopsicossociais, é fundamental para evitar a sobrecarga emocional e sensorial.
Respeite as sensibilidades da criança com TEA. O autista pode apresentar hipersensibilidade ou hipossensibilidade a ruídos altos, luzes fortes, cheiros, sabores, texturas, dentre outros. Além disso, quando for conversar ou explicar algo, evite usar ironias, expressões com duplo sentido e termos abstratos, pois muitos não entendem ou tendem a relacionar algumas expressões ou termos de forma literal. Opte por estabelecer um diálogo direto e objetivo.
Lembre-se que ele não pode ser ignorado e deve ter um acompanhamento realizado por profissionais capacitados a fim de solucionar ou diminuir os possíveis déficits. Familiares, escolas, professores e terapeutas devem estar alinhados e trabalhando em equipe com o objetivo de tratar os prejuízos causados e promovendo uma maior qualidade em sua rotina.
A última dica é divirta-se com seu filho. O autismo não faz com que seu filho deixe de ser criança, pelo contrário, ele também gosta de brincar e se divertir como qualquer outra. Logo, é indispensável preencher o espaço dele com entretenimento e lazer na vida. Promova jogos, brincadeiras e momentos de diversão, estimule-o a participar dessas atividades de modo que elas sejam relaxantes e a compartilhá-los. Essas ocasiões são grandes oportunidades para que você se aproxime do seu filho e para isto você deve saber dos seus interesses e preferências.
Sejamos empáticos! Saber o que deve ou não ser feito com crianças autistas é de suma importância para que seja possível ofertar um ambiente saudável e agradável para elas, fazendo-as se sentirem seguras e confiantes.
(*) Luciana Brites é CEO do Instituto NeuroSaber (https://institutoneurosaber.com.br/), autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem, pedagoga, palestrante, especialista em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UniFil Londrina e em Psicomotricidade pelo Instituto Superior de Educação ISPE-GAE São Paulo, além de ser Mestra e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento pelo Mackenzie.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Governo Federal aciona PF para punir quem propaga fake news sobre catástrofe no Rio Grande do Sul
Leia Mais
Aberto processo seletivo com 32 vagas para contratação temporária de profissionais da saúde
Leia Mais
Pedro Kemp sugeriu a ampliação de convênios e adoção de planos para a realização dos atendimentos e procedimentos médicos
Leia Mais
Maternidade e carreira em sintonia: histórias inspiradoras de mães na Eldorado Brasil
Municípios