Campo Grande (MS), Sexta-feira, 29 de Março de 2024

POLICIAL

Juiz alega "grave violência" e mantém mãe e filha presas por latrocínio

Lucimara Rosa Neves e Jessica Neves Antunes confessaram participação na morte de Andreia Aquino Flores

30/07/2022

10:30

CAMPOGRANDENEWS

SÍLVIA FRIAS

Lucimara (branco) e Jessica (azul) confessaram o crime e estão presas na Capital ©REPRODUÇÃO

As ex-funcionárias da pecuarista Andreia Aquino Flores, de 38 anos, acusadas da morte dela, vão continuar presas e devem ser transferidas para o presídio. Elas passaram por audiência de custódia na manhã deste sábado (30) e tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva.

Durante a audiência, as duas declararam que teriam sido vítimas de tortura e maus tratos durante a prisão em flagrante, relatando terem supostamente apanhado. Entretanto, elas não identificaram qual policial teria feito isso. As defesas pediram pela aplicação de medidas cautelares diversas.

Jessica Neves alegou tem residência fixa no Bairro Tiradentes e que tem dois filhos, de 6 e 3 anos. Ainda suspeita estar grávida. Também alegou que trabalha de forma autônoma há cinco dias, vendendo pasteis e angariando renda de R$ 500.

A mãe alegou que mora na Vila Planalto com a companheira e dois enteados, uma amiga e os dois filhos dessa mulher. Após sua prisão, a companheira rompeu relacionamento e, por isso, Lucimara iria morar com a filha, Jessica, no Tiradentes. A única fonte de renda era o trabalho de empregada e motorista da vítima.

A defesa de Jéssica, feita pelo advogado Raphael Augusto Cândido de Souza, disse  que o juiz plantonista não concedeu qualquer medida alternativa de pena. "A investigação ainda está em curso, mas a participação da minha cliente nesse delito será esclarecida ao longo do processo. A denúncia [ao Ministério Público] ainda não será oferecida porque até então o inquérito [policial] não foi finalizado", alegou.

Decisão

O juiz Aluísio Pereira dos Santos considerou a natureza do crime "praticado com emprego de grave ameaça", além de ausência de comprovação de trabalho lícito e residência fixa de mãe e filha, o que o fez excluir a possibilidade de concessão de liberdade provisória. Além disso, o juiz alegou "garantia da ordem pública" para que elas continuassem presas.

“O fato delituoso é grave, foi praticado mediante violência ou grave ameaça à pessoa, de modo que infiro não ser recomendável a concessão de medidas cautelares mais brandas”, avaliou o magistrado.

As duas serão encaminhadas para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e posteriormente para o Centro de Triagem, da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), onde aguardarão vaga no presídio. 

Crime

De família tradicional de Ponta Porã e dona de vasto patrimônio, Andréia, 38 anos, foi encontrada morta em casa, num condomínio da Chácara Cachoeira, em Campo Grande.

Primeiro, mãe e filha, funcionárias da pecuarista, relataram versão fantasiosa de que foram rendidas após compras num atacadista da Rua Marquês de Lavradio, Jardim São Lourenço, e forçadas a entrar no condomínio. Durante o crime, teriam permanecido amarradas e Lucimara ainda foi obrigada a dar fuga para os assaltantes, os levando até o Bairro Tiradentes.A versão caiu por terra horas depois, quando as câmeras do atacadista mostraram o homem entrando no Jeep, de propriedade de Andréia, enquanto as funcionárias guardavam as compras. O assalto era para forçar a pecuarista a transferir dinheiro, foram citados valores de R$ 20 mil a R$ 80 mil.

 

 


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