Morre aos 76 anos desembargador aposentado Atapoã da Costa Feliz
Magistrado atuou por 35 anos, chegando a presidir o Tribunal Regional Eleitoral
06/10/2021
16:45
ADRIEL MATTOS
Morreu nesta quarta-feira (6), aos 76 anos, o desembargador aposentado do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) Atapoã da Costa Feliz. A causa do óbito não foi divulgada, assim como informações sobre velório e sepultamento.
Paulista de Guararapes, Atapoã formou-se em Direito em 1970. Antes de ingressar na magistratura, advogou por sete anos na cidade de São Paulo. Tornou-se juiz da comarca de Glória de Dourados em dezembro de 1979.
Em 1980, foi promovido para a 2ª Vara de Paranaíba e, em abril de 1982, foi removido para a 1ª Vara da Comarca de Amambai. Seis meses depois, a pedido, foi removido para a 2ª Vara Cível de Corumbá. Foi promovido em novembro de 1986 para a 7ª Vara Criminal e, 11 meses depois, a pedido, foi removido para a 5ª Vara Cível da Capital.
Em fevereiro de 1992, no interesse da justiça, foi removido para a 3ª Vara Criminal. Em 1992 e 1993, respectivamente, foi designado para atuar no 1º Juizado Especial Cível de Campo Grande e para integrar a Turma Recursal Criminal do Juizado Especial. Em novembro de 1994, deixou a 3ª Vara Criminal e passou a atuar na 1ª Vara Criminal.
Um ano depois foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça. Exerceu o cargo de Corregedor-Geral de Justiça nos biênios 2003/2004 e 2011/2012. Tornou-se presidente do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) no biênio 2013/2014. Aposentou-se em outubro de 2014.
Atapoã, contudo, não dedicou sua vida apenas à justiça. Instrumentista, voltou-se para a música de câmara. O desembargador aposentado gravou alguns CDs gravados, como O Zodíaco (2006), Música de Câmara (2007), Casa de Sapo (2008), Constelações (2009), Pedras Preciosas (2010) e Atapoã para Piano (2011).
Pesar - Em nota, o atual presidente do TJMS, desembargador Carlos Eduardo Contar, lembrou da atuação do lado do colega por sete anos. “Lembro-me de suas decisões, de sua atuação neste Sodalício e posso afirmar, com certeza, que ele deixou bons exemplos para a magistratura. Cumpriu com seu dever, honrando a missão escolhida e, mesmo sendo bastante reservado, nunca descurou de fazer justiça”, declarou.
O presidente da Amamsul (Associação de Magistrados de Mato Grosso do Sul), juiz Giuliano Máximo Martins, também lamentou a morte. “Magistrado bastante antigo no TJ, muito conhecido, vai deixar muita saudade na magistratura sul-mato-grossense. Uma pessoa de bem”, comentou.
Ex-presidente da entidade, o juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira lembrou do perfil sério, mas comprometido com a justiça do desembargador aposentado. “Ele tinha a justiça à flor da pele, tinha uma inteligência acima da média. Quando fui presidente, ele conversou comigo sobre muitos assuntos, até sobre música e espiritualidade. Era um homem de temperamento forte; era firme em suas opiniões, mas de uma bondade enorme. Um juiz na essência e preocupava-se mais com a justiça que com o extremo legalismo. Era incapaz de qualquer injustiça com os outros. Fará muita falta”, disse.
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