Mulher do ex-deputado federal Eduardo Cunha será ouvida em novembro. Além dela, outras três pessoas respondem ao processo.
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Depoimento dos réus é uma das últimas fases do processo (Foto: Evaristo Sá/AFP/Arquivo) |
O juiz federal Sérgio Moro marcou nesta terça-feira (18) os depoimentos dos quatro réus em um processo que apura o destino de desvios de dinheiro encontrados na Petrobras, durante a Operação Lava Jato. Entre os réus que devem ficar diante do magistrado está a jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Os depoimentos dos réus começam no dia 9 de novembro. Primeiro, Moro vai ouvir o ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada e o lobista João Augusto Rezende Henriques. No dia 16 de novembro, Moro ouvirá o empresário Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira e a jornalista Cláudia Cruz. Todas as audiências começam às 14h.
Em relação a Idalécio, Moro lembrou que o empresário reside fora do país. Por essa razão, afirmou que não irá decretar a prisão preventiva dele, caso ele venha ao Brasil para participar da audiência. Com isso, ele poderá voltar a Portugal logo após o depoimento.
O depoimento dos réus é, normalmente, uma das últimas fases do processo. Após essa etapa, o juiz abrirá prazo para que o Ministério Público Federal (MPF) e as defesas apresentem os argumentos finais. Em seguida, o processo pode seguir para a sentença. Havendo ou não a condenação, é possível que haja recurso.
Neste processo, porém, os réus podem não ser os últimos a serem ouvidos. Conforme a decisão de Moro, ainda faltam ser ouvidas testemunhas que moram no exterior e que foram arroladas pela defesa de Cláudia Cruz. No entanto, o juiz disse que não poderá esperar pelas intimações, pois isso poderia atrasar o andamento processual. "Este Juízo se comprometeu a aguardar o prazo fixado para cumprimento dos pedido antes do julgamento, mas é o caso desde logo de prosseguir com os interrogatórios, até porque há acusado preso por este, João Augusto Rezende Henriques", disse Moro.
A denúncia
Na decisão, o juiz observou que a entrega do passaporte à Justiça foi iniciativa da própria defesa de Cláudia Cruz, mas determinou que possíveis viagens realizadas por ela sejam previamente informadas oficialmente.
O deputado Eduardo Cunha afirmou, em outras ocasiões, que as contas de Cláudia no exterior estavam "dentro das normas da legislação brasileira", que foram declaradas às autoridades e que não foram abastecidas por recursos ilícitos.
Do G1 PR
Por: Samuel Nunes