Política / Justiça
Quem é Adilson Barroso, suplente que deve assumir vaga de Carla Zambelli na Câmara dos Deputados
Decisão do ministro Alexandre de Moraes anulou votação da Câmara e determinou perda imediata do mandato da deputada do PL
12/12/2025
08:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O suplente Adilson Barroso (PL-SP) deve assumir o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na Câmara dos Deputados, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que anulou a votação do plenário da Câmara que havia mantido o mandato da parlamentar condenada e determinou a perda imediata da cadeira.
Além disso, Moraes ordenou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), dê posse ao suplente em até 48 horas. A decisão está sob análise da Primeira Turma do STF, em sessão virtual nesta sexta-feira (12).
Relator da execução da pena de Carla Zambelli, Alexandre de Moraes afirmou que a Câmara deveria apenas declarar a perda do mandato, e não deliberar politicamente sobre o cumprimento da decisão judicial. Segundo o ministro, a votação que preservou o mandato da deputada violou a Constituição Federal.
Na quarta-feira (10), a Câmara rejeitou a cassação: foram 227 votos a favor e 170 contra, abaixo do mínimo de 257 votos exigidos. Com isso, o processo havia sido arquivado — decisão agora invalidada pelo STF.
Carla Zambelli foi condenada em duas ações penais no STF:
10 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
5 anos e 3 meses de prisão por perseguição armada a um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, às vésperas das eleições de 2022.
A deputada está presa na Itália, para onde fugiu em meados de junho. O governo brasileiro solicitou a extradição, ainda pendente de análise pela Justiça italiana.
Adilson Barroso é natural de Minas Gerais, filiado ao Partido Liberal (PL) em São Paulo e primeiro suplente da legenda no estado, após obter mais de 62 mil votos na última eleição para deputado federal.
Nas redes sociais, se define como “bolsonarista de direita, conservador e patriota”, declarando proximidade com Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Nikolas Ferreira.
Barroso tem longa carreira política:
Vereador em Barrinha (SP) pelo PTB em 1988, reeleito em 1992 pelo PFL;
Vice-prefeito de Barrinha entre 1997 e 2002;
Deputado estadual por São Paulo eleito em 2002 pelo Prona, com mandato até 2010;
Retornou à Câmara Municipal de Barrinha em 2016.
Na esfera federal, assumiu o mandato de deputado em outras ocasiões durante a atual legislatura, ocupando a vaga de Guilherme Derrite (PP-SP) entre 2023 e 2025, período em que Derrite esteve licenciado para comandar a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Adilson Barroso foi um dos fundadores do PEN (Partido Ecológico Nacional) em 2012, que passou a se chamar Patriota em 2017. Em 2021, o partido chegou a ser cogitado por Jair Bolsonaro para filiação, mas as negociações não avançaram.
Barroso acabou destituído da presidência do Patriota, acusado de negociar de forma individual a filiação de Bolsonaro, e se filiou ao PL ainda em 2021. Em 2022, concorreu a deputado federal e ficou como suplente, posição que agora deve levá-lo novamente à Câmara.
Com a decisão do STF, Adilson Barroso deve assumir oficialmente a vaga de Carla Zambelli nos próximos dias, consolidando mais um capítulo do embate entre o Judiciário e o Legislativo e alterando a composição da bancada do PL na Câmara dos Deputados.
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