Política / Câmara Federal
Mal-estar entre Câmara e Senado paralisa negociações do PL da Dosimetria
Relator Paulinho da Força recua em pressão sobre IR; Motta nega crise institucional após Senado barrar PEC da Blindagem
25/09/2025
18:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
As articulações em torno do Projeto de Lei da Dosimetria — antiga versão do PL da Anistia — sofreram um freio nesta semana após o desgaste provocado pela rejeição da PEC da Blindagem no Senado. O relator do texto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), informou que só deve apresentar um rascunho do parecer quando o clima entre as duas Casas legislativas “arrefecer”.
Após uma série de reuniões com partidos governistas e da oposição, Paulinho avaliou que o ambiente está contaminado pelo mal-estar entre Câmara e Senado. O encontro que havia sido articulado com o presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (União-AP), para a noite de quarta-feira (24), acabou cancelado e ainda não tem nova data definida.
De volta a São Paulo, o relator só deve retomar as negociações na semana que vem.
Paulinho também mudou o tom em relação ao projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) até R$ 5 mil. Na quarta-feira (24), após reunião com parlamentares do PT, ele havia afirmado que a votação do IR ficaria prejudicada caso o PL da Dosimetria não fosse apreciado.
No entanto, nesta quinta (25), recuou:
“Isso não existe.”
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou que haja crise com o Senado após o arquivamento da PEC da Blindagem, aprovada anteriormente pela Câmara.
“A Câmara cumpriu o seu papel, aprovou a PEC, o Senado entendeu que não deveria seguir. Nós temos um sistema bicameral, cabe a nós respeitar a posição do Senado. Não há sentimento de traição. É natural que nem sempre as Casas concordem em 100% das matérias.”
Motta afirmou ainda ter se encontrado com Alcolumbre em jantar na residência do ministro Roberto Barroso, mas sem tratar da PEC.
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